Barricadas bolsonaristas prejudicam abastecimento de remédios e transporte de pacientes

Falta de medicamentos e impossibilidade de transloucar pacientes são algumas das consequências das manifestações de bolsonaristas em estradas
[Imagem: Ronaldo Silveira/O Tempo]

Caminhoneiros apoiadores do candidato derrotado Jair Bolsonaro (PL) bloqueiam estradas desde a noite do domingo (dia 30), assim que a vitória de Lula foi oficializada pelo Tribunal Superior Eleitoral. Por volta de 15h20* desta terça-feira (01/11), eram mais de 470 bloqueios em rodovias federais e estaduais, em 23 estados e no Distrito Federal. Os atos bolsonaristas, além de prejudicar o trânsito de pessoas, estão afetando o abastecimento de remédios, insumos para vacinas e alimentos. 

Hemodiálise  

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) de Santa Catarina, afirmou que pacientes que precisam de hemodiálise para sobreviver estão sem conseguir atendimento por conta das barricadas bolsonaristas em estradas. Cirurgias também foram canceladas em razão dos bloqueios. Os terroristas não permitem a passagem de alimentos, insumos e medicações, prejudicando o abastecimento do sistema de saúde e do estado como um todo.

Devido às interdições antidemocráticas, pacientes graves serão encaminhados via transporte aéreo, juntamente com alguns insumos, medicamentos e vacinas. “Nós temos cidades que são referências para polos de saúde e as pessoas não estão conseguindo se deslocar”, disse o secretário de saúde de Santa Catarina Aldo Baptista Neto.

Vacinas

A paralisação organizada por bolsonaristas também atrapalhou a produção de vacinas. 520 mil ovos que seriam utilizados para a produção de vacinas contra o vírus H3N2 ficou presa no bloqueio realizado próximo a Jundiaí. As doses são produzidas pelo Instituto Butantan, que informou que se os ovos não chegassem até o final da manhã, o processo de produção seria impactado, gerando um prejuízo na produção de pouco mais de 1,5 milhão de doses de vacinas.

O caminhão saiu de São Carlos, cidade localizada no interior de São Paulo, e deveria ter chegado na capital às 6h. Entretanto, o veículo só conseguiu seguir viagem às 12h, depois que o Instituto  Butantan acionou a Secretaria de Segurança Pública. A carga de ovos só foi entregue às 14h. 

Realização de exames

A Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (ABRAMED) afirmou que, devido a paralisação realizada por caminhoneiros, alguns resultados de exames e cargas com insumos básicos demorarão mais tempo para chegar nos hospitais.

“Diante dos relatos do prolongamento das dificuldades logísticas que se apresentam neste momento no País, ressalta que laboratórios de medicina diagnóstica de todas as regiões brasileiras já registram dificuldades em relação ao transporte e abastecimento de insumos, como reagentes e contrastes, e até mesmo de amostras coletadas dos pacientes para processamento de exames” afirmou a Associação em nota.

A atuação médica, portanto, está comprometida. A ABRAMED ainda diz temer interrupção total da assistência aos pacientes’ caso os bloqueios continuem.

*Com informações do Portal G1

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