Ato em BH critica criminalização da pichação e impunidade da Samarco

Aline Frazão, especial para os Jornalistas Livres

Fotos: Gustavo Ferreira e Maxwell Vilela

ato dos pichadores em BH pelo tratamento igual da justiça para todos os crimes ambientais

Cinco pessoas foram presas em Belo Horizonte. O que elas fizeram? mataram 18 pessoas, vítimas do rompimento de uma barragem de rejeitos de minério em Mariana em novembro do ano passado? Destruíram um subdistrito inteiro? Mataram o Rio Doce, a maior bacia hidrográfica da região Sudeste? Deixaram os indígenas Krenak sem o rio deles, que além de prover água e alimento, é considerado sagrado para esses povos? Deixaram milhares de pessoas com água contaminada para consumo? Tiraram o sustento de comunidades ribeirinhas que dependiam do rio para viver ?

Nenhuma das opções. Os cinco presos, Goma, Maru, GG, Morreu e Frek, fizeram pichações em locais pela cidade, dentre eles a Igrejinha da Pampulha, que depois de poucos dias foi totalmente limpa.

Hoje, dia em que se completam seis meses da tragédia de Mariana, o movimento Pixo Livre realizou um ato por justiça, paz e liberdade. Os manifestantes, cerca de 100 pessoas, saíram pelas ruas do centro da cidade em protesto contra a criminalização do pixo. Em carta aberta à sociedade, o movimento critica: “a banalização do uso da prisão preventiva contra esse público visa deslegitimar o movimento cultural, estético e político que é a pichação, colocando -a como um dos maiores problemas da cidade”.

ato dos pichadores em BH pelo tratamento igual da justiça para todos os crimes ambientais

O movimento critica a ação da justiça de Minas Gerais, que prende pixadores, mas deixa impune responsáveis pelo maior crime socioambiental da história do país.

“Prender pixador é fácil, eu quero ver prender o dono da Samarco”, foram algumas das palavras de ordem dos manifestantes, que após se concentrar na Praça Raul Soares, marcharam até a porta da Ministério Publico, e depois foram até a Praça Sete.

ato dos pichadores em BH pelo tratamento igual da justiça para todos os crimes ambientais

” Há uma pessoa presa há quase um ano por ter realizado uma pichação na Biblioteca Pública Luiz de Bessa que foi limpa menos de 12 horas depois, com detergente e bucha. Há proporcionalidade nisso? Durante esse período, assistimos o maior crime ambiental da história do país cometido pela bilionária da Samarco passar impune”, diz a carta.

 

 

 

 

Ato dos pichadores em BH pelo tratamento igual da justiça para todos os crimes ambientais

Fotos: Gustavo Ferreira e Maxwell Vilela

 

 

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