Youtube privilegia vídeos pró-Bolsonaro

Youtube prefere vídeos pró-Bolsonaro do que contra. Pesquisa foi realizada pela UFRJ e analisou o algoritmo da plataforma

Pesquisa realizada pela NetLab da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) demonstrou que o algoritmo do YouTube privilegia vídeos pró Bolsonaro e o canal da Jovem Pan. Para o estudo, o grupo criou perfis sem histórico de navegação na internet e analisou o algoritmo da plataforma.

Por Emanuela Godoy

Foram realizadas 18 visitas à plataforma de streaming. Durante elas, o canal da Jovem Pan foi sugerido 14 vezes na página inicial do YouTube.

Entre os vídeos mais recomendados, estava uma entrevista que Bolsonaro concedeu ao programa do Pânico, no dia 26 de agosto. O vídeo foi indicado oito vezes em cinco versões diferentes. Nessa entrevista, o presidente atacou o processo eleitoral brasileiro, sugerindo que as Forças Armadas teriam descoberto falhas nas urnas eletrônicas.

A pesquisa também demonstrou que o YouTube, além de destacar vídeos da Jovem Pan e pró-Bolsonaro, também indica um vídeo específico da Jovem Pan que chama o ex-presidente Lula (PT) de “chefe de quadrilha” e “doente mental”. Outros vídeos recomendados pela plataforma mostram que Lula estaria atrás de Bolsonaro nas pesquisas eleitorais.

Os canais de comunicação mais indicados pelo YouTube foi a Jovem Pan, recomendada em 55% das pesquisas, seguida pelo UOL, com 5 recomendações, e a CNN Brasil e Band Jornalismo com apenas uma.

Como a pesquisa funciona?

O NetLab da UFRJ criou 18 perfis que deveriam acessar o Youtube em datas e horários diferentes. Os acessos eram feitos por meio de abas anônimas dos navegadores.

VPNs são ferramentas que ocultam o endereço do usuário, podendo alterar até mesmo a localização geográfica. Para a pesquisa, entretanto, foi necessário simular pelos VPNs localizações aleatórias dentro das fronteiras do Brasil.

O objetivo era a identificação dos conteúdos recomendados genuinamente pelo algoritmo do YouTube. E os testes ocorreram nas datas de 23 a 30 de agosto.

Já que foram utilizados usuários sem histórico de navegação, não poderia haver risco de contaminação do algoritmo.

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