Polícia intervem com bombas contra estudantes na PUC-SP

Na noite desta segunda-feira, 21 de março, um pequeno grupo de alunos da PUC-SP realizou um ato de apoio ao impeachment. Estudantes a favor da democracia e contra o golpe repudiaram a ação e protestaram com projeções nos prédios vizinhos que pediam o fim da PM e a manutenção da democracia.photo_2016-03-22_11-06-44

“O movimento de pessoas contra o impeachment começou a se conglomerar ao lado do carro de som, gritando palavras de ordem contrárias ao golpe”, conta a estudante de Ciências Sociais Souldag Remai. “A polícia, chamada pelos manifestantes de verde e amarelo, resolveu separar os grupos com hostilidade”, conta.

Com o tumulto, outros estudantes que estavam em sala de aula foram às ruas no entorno da universidade para apoiar o grupo contra o impeachment. A polícia interveio de forma truculenta. Lançou dezenas de bombas de gás lacrimogêneo, disparou bala de borracha e spray de pimenta. Dois estudantes ficaram feridos e foram levados ao pronto-socorro.

A PUC-SP é tradicionalmente um espaço de combate à repressão. Na semana passada, um ato com intelectuais lotou o TUCA, teatro da universidade, em apoio à democracia.

Na manhã de hoje, estudantes se organizaram para repudiar a ação da PM e dos manifestantes a favor do golpe.

“A PUC resistiu, a PUC lembra”, completa Souldag.
Há quase 40 anos, na noite de 22 de setembro de 1977, 500 homens da tropa de choque e agentes do Dops – a polícia política – invadiram o campus da Pontifícia Universidade Católica (PUC) em São Paulo e prenderam 700 estudantes, arrastados a golpes de cassetete e pontapés.
Edição de vídeo (colaboração dos estudantes): Henrique Cartaxo

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