Conforme a perícia, os dois tiros acertaram o lado direito do veículo. Um deles atingiu a lataria e a bala foi bloqueada por uma chapa de aço. O segundo disparo de arma de fogo acertou de raspão o vidro de uma janela. A bala não chegou a ser encontrada pelos peritos, mas foram recolhidas amostras de chumbo. O orifício por onde a bala entrou tinha cerca de 10 milímetros de diâmetro.
O perito Inajar Kurowski informou que a arma era de calibre .32, que tem baixo poder de fogo. “É uma arma que já saiu de fabricação. Nem a arma, nem sua munição são mais fabricadas”, afirmou. Kurowski não quis apontar o tipo exato de armamento usado, mas disse que poderia ser uma pistola de dois canos paralelos, conhecida como garrucha. “Totalmente fora de uso. As pessoas têm isso como coleção ou como herança. São armas que ainda se encontram em circulação”, disse.
O atirador estaria distante 18,9 metros da rodovia, em uma posição atrás do lado direito do alvo, e posicionado em um base com altura superior à do ônibus, cerca de 4,3 metros em relação ao asfalto. “O mais provável é que ele estivesse num barranco. A investigação é que vai verificar a localização”, explicou o perito. Pelo ângulo de impacto, a bala poderia ter atingido os passageiros, disse o autor do laudo. “Poderia ter transfixado a lataria e teria acertado a perna de alguém. E o tiro que acertou o vidro poderia acertar alguém na altura da cabeça”, observou Kurowski.
No momento dos tiros, a caravana fazia o trajeto de 60 quilômetros entre Quedas do Iguaçu e Laranjeiras do Sul, na região oeste do Paraná. O delegado responsável pelo caso, Hélder Lauria, afirmou que o laudo da perícia facilita a investigação. Ele informou que já foram ouvidas 15 testemunhas, entre passageiros, pessoas que estavam nos locais onde os ônibus passaram e policiais rodoviários que acompanhavam a caravana. Ainda não há suspeitos.