Mulheres sem-terra ocupam prefeitura de Valinhos contra despejo das 450 famílias

Mais de 100 mulheres do Acampamento Marielle Vive! exigem do poder público municipal do interior de SP que seja garantido o direito das famílias acampadas sobre ameaça de despejo

Nesta quinta-feira, 10, como parte das Jornadas de Março, as mulheres do Acampamento Marielle Vive!, localizado em Valinhos (SP), ocuparam a prefeitura para solicitar uma reunião com as autoridades municipais para garantir os direitos das mais de 450 famílias acampadas sob risco de despejo. A ação contou com a participação de mulheres de movimentos sociais, sindicatos e partidos políticos da Regional Campinas que apoiam as famílias acampadas há quatro anos.

No próximo dia 31, vence o prazo de vigência da ADPF n°828, que é a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental que trata da suspensão dos despejos urbanos e rurais durante a pandemia. Levantando as bandeiras de Despejo Zero em contexto de grave crise sanitária e econômica, busca-se garantir a permanência ou designação de outra área pública para as famílias acampadas conquistar o direito à terra, teto e trabalho. Além disso, a pauta apresentada à prefeitura trata de assuntos de educação, saúde e acesso aos serviços públicos do município. 

Para Paula Coelho da direção estadual do MST São Paulo “Neste momento de grave crise em que vivemos, de insegurança alimentar no país é um crime desalojar as 450 famílias que há quatro anos vem construindo suas vidas, produzindo alimentos saudáveis além de práticas de educação com crianças e adultos, cuidados coletivos e solidariedade. Por isso estamos aqui pedindo uma reunião com a prefeitura de Valinhos para que este crime não aconteça. E para que o poder público exerça o seu papel de garantir os direitos constitucionais dessas famílias.”

“Terra, Trabalho, Direito de existir. Mulheres em Luta não vão sucumbir!” é a palavra de ordem que ecoou durante a Jornada das Mulheres Sem Terra em todo o país.

Fotos: Julia Giménez e Marília Fonseca

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