Por Igor Siqueira para o Jornalistas Livres.
Na luta por moradia digna, movimentos sociais se uniram e realizaram uma nova ocupação na última quinta-feira (2) em um prédio abandonado há pelo menos cinco anos na região da Vila Pompéia, em São Paulo. Sem cumprir qualquer função social até então, o imóvel está localizado ao lado de diversos outros na mesma situação e, assim, em situação ilegal. A ocupação foi realizada pelos seguintes movimentos: Terra Livre, MAE – Movimento Autônomo Pela Educação, Ocupação Marias da Consolação, Efeito Borboleta, LDE – Liga em Defesa da Educação, LSOC – Liga Sindical Operária e Camponesa e LDM – Liga de Defesa da Mulher.
A luta por moradia vem crescendo de forma significante. Recentemente a histórica marcha do MTST – na qual mais de dez mil pessoas caminharam por aproximadamente 23 quilômetros – ocupou espaço nos principais veículos.
Na madrugada de 16 de outubro, a Frente de Luta por Moradia organizou a Jornada em Defesa do Direito à Moradia. Oito imóveis ociosos no Centro de São Paulo foram os alvos de 620 famílias. A madrugada ficou marcada pela repressão policial que chegou a retirar violentamente famílias com crianças, idosos e mulheres grávidas já de dentro dos imóveis.
Segundo dados de 2015, o déficit habitacional na cidade de São Paulo era de 230 mil moradias. Com o aumento do desemprego e da desigualdade, estes números tendem a ser maiores. De acordo com matéria divulgada no Estadão em março de 2016, a cidade de São Paulo tinha pelo menos 2 milhões de m² de imóveis sem uso.
A nova ocupação está localizada na Rua Dr Augusto Miranda, nº 22, na Vila Pompéia. Os sem-teto necessitam de alimentos (pães, bolachas, arroz, feijão, macarrão, suco, etc), água (urgente), materiais para limpeza e produtos de higiene.
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