Por Beatriz Ortiz
Foto de capa: Paulo de Oliveira
Mudanças climáticas, ondas de calor, alterações nos ciclos da água e desequilíbrio ecológico. Esses e outros problemas ambientais que, há anos, atormentam a cidade de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, levaram 14 jovens a apresentar, na última sexta-feira (6), uma representação judicial à 10ª Promotoria de Justiça do Ministério Público Estadual de Minas Gerais/Uberlândia (MPE/MG) e à Promotoria de Justiça de Meio Ambiente do Ministério Público Federal (MPF).
O objetivo central da representação é acionar o poder judiciário sobre a falta de ações frente às mudanças climáticas no município. “Nossa qualidade de vida se relaciona diretamente com o meio que nos cerca e, se levada a sério, a representação pode intervir na maneira como Uberlândia se relaciona com a natureza”, explica o estudante de Geografia Victor Dantas, 20, que colaborou na representação.
Os autores da representação são, em sua maioria, estudantes universitários. Os cursos variam entre Direito, Engenharia Ambiental, Jornalismo e outros. “Eu decidi participar dessa representação por saber a importância do ativismo ambiental, com a luta por cidades mais verdes, sustentáveis e inteligentes”, aponta o estudante de Ciências Sociais Gabriel Fernandes, 18. “E eu, porque acredito sinceramente que a questão ambiental é a causa mais importante pela qual a gente deve lutar, afinal, a vida de todos os seres vivos depende disso”, complementa o estudante de Gestão da Informação Marcos Antenor, 21.
Um dos precursores da ação foi o estudante de Direito Gabriel Santos, 22, que se inspira em jovens como Greta Thunberg e Igor Vieira, bem como em iniciativas como o Engajamundo e o Friday for Future (F4F). “As futuras gerações têm o direito de viver em um ambiente ecologicamente equilibrado e, nesse sentido, eu compreendo que a juventude tem um papel primordial na luta pelo clima”, defende.
Eu, Beatriz Ortiz, que assino essa notícia, tenho 21 anos, sou estudante de Jornalismo e jovem repórter, mas, acima de tudo, cidadã. E, por isso, também construí e assinei a representação. Para mim, esse é um caminho para exercer meus direitos e deveres frente a sociedade uberlandense. E me apoio em Dantas: “Esse é um ato de esperança. Sem qualquer esperança, a gente não consegue realizar nenhuma mudança na sociedade”.
A situação ambiental em Uberlândia pede urgência. “Nós não estamos mais lutando para que as mudanças climáticas não ocorram, mas correndo atrás de mitigar os seus efeitos já evidentes no dia a dia das pessoas, principalmente dos trabalhadores”, conclui Santos.
O MPF encaminhou a representação para o MPE. Após as eleições municipais, será requerida uma audiência pública na Comissão de Meio Ambiente da Câmara Municipal de Uberlândia.