Policia Federal (PF) conclui investigação sobre envolvimento da Força Aérea Brasileira (FAB) em esquema de tráfico internacional de drogas. Em junho de 2019, um avião da FAB, que integrava a comitiva do presidente Bolsonaro, foi usado para transportar 37kgs de cocaína até Sevilha, na Espanha. O sargento Manuel Silva Rodrigues foi preso ainda em território espanhol.
O relatório final da Polícia Federal demorou 3 anos para ser entregue à Justiça Federal. A conclusão é de que militares participaram do esquema de tráfico internacional de drogas. O sargento da FAB, Jorge Luiz da Cruz Silva, é apontado como o responsável por recrutar outros membros da força aérea para fazer a função de transporte das drogas. De acordo com a PF, o esquema é antigo e já operava antes de 2019. As suspeitas já apontavam para o sargento Jorge Luiz da Cruz Silva, pois a renda dele era incompatível com o patrimônio e o estilo de vida.
A PF atribui a demora da investigação à falta de cooperação da polícia espanhola na divulgação de informações, além disso, houve dificuldade em obter provas. Wilkelane Nonato, esposa de Manuel Rodrigues, desapareceu levando R$40 mil reais e um celular que supostamente continha conversas entre os criminosos sobre o esquema de tráfico de drogas.
O relatório não divulga a origem da cocaína apreendida no avião da FAB, mas aponta Marcos Daniel Gama, “Chico Bomba”, como o dono da droga. Há duas frentes de investigação, uma coordenada pela Policia Federal que está atrás dos suspeitos civis e outra da Justiça Militar que apura a utilização dos aviões da FAB no tráfico.
Manuel Rodrigues está cumprindo pena de 6 anos na Espanha. No Brasil, a Justiça Militar o condenou a 14 anos e meio de prisão e expulsão da FAB. A PF já pediu as prisões de Wilkelane e Chico Bomba.