O JL não tem ombudsman e talvez não tenha que ter, especialmente porque é um coletivo livre – daqueles poucos em que as decisões são tomadas com amplas discussões.
Contudo, sistematicamente o coletivo tem errado e se recusado a se enxergar como um vetor de racismo, inclusive quando um “núcleo negro” foi criado a partir de um episódio ocorrido em 2022, com o propósito de educar e impedir casos de reincidência neste meio de comunicação.
Ignorando as recomendações desse núcleo, e a própria existência do racismo – velado ou direto -, o JL publicou dois conteúdos recentes com conotações racistas, desde o enunciado, até as imagens escolhidas para depreciar as “personagens” destacadas, no caso, duas mulheres negras, sendo uma delas Anielle Franco, Ministra da Igualdade Racial.
Cabe destacar que os conteúdos já foram apagados, depois de uma decisão interna.
Diante da negativa do coletivo em se reconhecer racista e tomar providências a esse respeito, um obstáculo muito maior se ergue, impedindo mudanças e transformações. O primeiro passo para que uma pessoa, organização ou grupo, possa deixar de ser racista é enxergar a existência dele.
Assim, o Núcleo Negro do JL denuncia, mais uma vez, a abordagem racista dos conteúdos citados, além da ineficácia do coletivo em apresentar respostas, e exige responsabilização daqueles que atuaram como vetores para que os conteúdos fossem veiculados.