Geração de jovens com Bolsa Família garantiu renda acima da média

Um novo estudo mostra que quase dois terços dos dependentes de beneficiários do Bolsa Família não estavam mais inscritos em programas sociais federais uma década e meia após a inclusão inicial no programa. Além disso, cerca de 50% desses dependentes conseguiram empregos formais pelo menos uma vez entre os anos de 2015 e 2019. Publicado em julho, o estudo foi conduzido por sete pesquisadores brasileiros do Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social (IMDS), da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

A pesquisa focou em dependentes que tinham entre 7 e 16 anos em 2005, ano em que o Bolsa Família começou a beneficiar essa primeira geração. Os dados indicam que 64% desses dependentes não estavam mais registrados no Cadastro Único para Programas Sociais em 2019, o que sugere que eles provavelmente não necessitam mais de apoio federal.

Além disso, 45% desses indivíduos conseguiram empregos formais em algum ponto entre 2015 e 2019. Paulo Tafner, diretor-presidente do IMDS e coautor do estudo intitulado “Mobilidade Social e Programas de Transferência Condicional de Renda: O Programa Bolsa Família no Brasil”, destaca que os efeitos positivos do programa vão além das melhorias imediatas.“ Não basta apenas acessar o programa, é necessário permanecer.

Outras variáveis, como o tempo de escolaridade e a qualidade do ensino, também influenciam essa permanência, afirmou Tafner. Ele e seus colegas, Eloah Fassarella, Sérgio Ferreira, Samuel Franco, Valdemar Pinho Neto, Giovanna Ribeiro e Vinicius Schuabb, ressaltam que os resultados do estudo evidenciam efeitos positivos inesperados do Bolsa Família, que não eram previstos quando o programa foi criado. “São efeitos não antecipados. Ninguém pensava nisso quando criou o Bolsa Família.”

Fontes: DCM e Agência Brasil

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