Empresário bolsonarista mata médica que queria fim do casamento

Inconformado com a separação, empresário tirou a vida de médica sob tortura e asfixia
Fuvio, o empresário assassino da médica Juliana - Reprodução de redes sociais

Mais um daqueles bolsonaristas que batiam no peito e exaltavam os valores da família está atrás das grades. Trata-se do empresário Fuvio Luziano Serafim, de 44 anos, que na madrugada de sábado matou sua mulher, a médica psiquiatra e nutróloga Juliana Ruas El-Aouar, de 39 anos, num hotel em Colatina, no Espírito Santo. O assassino é sócio da empresa Yoguedes Laticínio Indústria e Comércio Ltda., o que vem sendo omitido por parte da imprensa. Ele exaltava o governador Romeu Zema e Jair Bolsonaro em suas redes sociais e fazia publicações em defesa dos ‘bons costumes’ e em defesa dos ‘valores da família’.

Fuvio foi prefeito por dois mandatos de Catuji, pequena cidade no Vale do Mucuri, no Leste de Minas. Ele torturou e matou a esposa, filha do médico e ex-prefeito de Teófilo Otoni, Samir El-Aouar. O feminicídio foi cometido em um hotel em Colatina mas o casal morava em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri. O empresário e seu motorista foram presos em flagrante.

Samir El-Aouar, ex-prefeito de Teófilo Otoni, e sua filha, a médica Juliana Reprodução de redes sociais

Samir informou que a filha havia pedido ajuda para se divorciar do marido uma semana antes de sua morte. “Ela não aguentava mais. Veio aqui em casa e conversou comigo. Pediu ajuda para se separar dele uma semana antes e arrumar um advogado. Ele planejou a morte da minha filha. Aproveitou a consulta dela em outro estado para fazer isso com ela. Só que não esperava que a polícia fosse ágil”, disse o pai.

“Ele a espancava, batia nela, mas Juliana tinha medo de contar. Ela já foi parar no hospital por causa das agressões. É muito difícil saber que minha filha não vai voltar mais. Eu quero entender por que ele fez isso com ela. Ele já vinha batendo nela algumas vezes, dizendo que ela tinha caído dentro de casa, todo dia um olho roxo, uma cicatriz. Tudo isso já vinha acontecendo e ela querendo sair do casamento, e ele ameaçando para ela não sair, ele não aceitava a separação”, acrescentou Samir.

Segundo ele, Juliana foi torturada durante toda a noite de sexta-feira para sábado, tendo a perícia constatado traumatismo craniano e asfixia como causa de sua morte. Conforme o gerente do hotel informou à polícia, outros hóspedes reclamaram de barulho e bagunça vindos do quarto do casal durante a madrugada. Na manhã de sábado, o marido da médica chegou à recepção alterado, querendo pagar logo a conta, alegando que Juliana estaria passando mal e teria desmaiado. O Samu foi acionado e constatou a morte da médica.

Samir El Aouar também disse que, após a morte de Juliana, o empresário Fuvio ligou para a família da vítima como se não tivesse cometido nenhum crime. “Ele ligou dando a notícia de que minha filha tinha morrido como se ela fosse um objeto qualquer, sem manifestar qualquer sentimento”, afirmou.

Fuvio Luziano contou à polícia que a esposa fez um procedimento cirúrgico na sexta-feira em Colatina. Em seguida, jantaram em uma churrascaria e foram para o hotel dormir. Na manhã desse sábado, segundo ele, a mulher amanheceu desmaiada. O delegado Deverly Pereira Júnior informou que no quarto do hotel foram encontradas garrafas de cerveja, sangue nas roupas de cama e frascos de medicamentos de uso hospitalar como morfina, clonazepan, dormonid e kentamina, além de seringas e agulhas. Também foi encontrado um pó branco, que foi encaminhado para análise.

COMENTÁRIOS

Uma resposta

  1. Nada haver posição política dele..quantos são assassinados por traficantes e os senhores não postam dizendo que são lulistas.

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