Em live do site My News transmitida na madrugada desta terça-feira (25), Andrea Barbosa, a ex-mulher de Eduardo Pazuello, denunciou que o ministro organizava festas em meio à crise de oxigênio de Manaus em 2021. O caos em Manaus teve seu ápice entre 14 e 15 de janeiro do ano passado, quando mais de 60 pessoas morreram por falta de recursos hospitalares, de acordo com investigações do MP e da Defensoria Pública.
A denúncia da ex-mulher do ex-ministro da Saúde e atual deputado federal pelo Rio de Janeiro reforça o já longo histórico de condução negligente e desumana do ex-ministro da Saúde de Jair Bolsonaro na pandemia.
Em post no Instagram publicado na segunda-feira (24), Andrea relatou que Pazuello teria usado o estado do Amazonas para a implantação de um “laboratório para testar imunidade de rebanho” (isso mesmo, aquela mesma que se testa em gados), quando a cloroquina, medicamento comprovadamente ineficaz, era prescrita até para grávidas em estado febril pelo aplicativo TratCov, desenvolvido pelo Ministério da Saúde.
Durante sua participação na live, Andrea contou que ligou para Pazuello depois de uma coletiva de imprensa, em que ele afirmou que a única coisa que podia ser feita pela população era esperar a chegada do oxigênio a Manaus. “Eu falava que o que ele estava fazendo era crime, que ele ia ser responsabilizado, que era negligência sim. Que tinha gente morrendo a um quilômetro abaixo da casa dele no momento que ele estava dando uma festa”, disse a ex-mulher do general.
Na ligação, Andrea questionou o motivo da festa dada pelo então ministro. “Você está dando festa comemorando o quê? Morte?”. Segundo a mulher, Pazuello disse que ela não tinha nada a ver com o assunto, e que sua preocupação era comprar sacos pretos para armazenar os corpos das vítimas de Covid-19. “Foi o momento que eu vi o descaso da equipe toda que trabalhava naquele ministério, um ministério militarizado e cheio de pessoas incompetentes”.
Eduardo Pazuello foi ministro da Saúde entre os meses de maio de 2020 e março de 2021. Ele foi indiciado pela CPI da Covid e apontado como responsável por empregar irregularmente as verbas públicas, comunicação falsa de crime, crimes contra a humanidade e prevaricação. Ainda assim, elegeu-se deputado federal pelo Rio de Janeiro, com o apoio de Jair Bolsonaro.