Cobertura fotográfica: Luara Wandelli Loth
Em meio aos festejos do Dia dos Mortos, a festa popular mais importante do México, milhares de pessoas compareceram à Praça Central da Cidade do México na noite de domingo (5/11) Dia Internacional da Solidariedade Palestina, para denunciar o genocídio contra a população da Faixa de Gaza e Cisjordânia. Na preparação para o ato, os manifestantes montaram altares com as fotos das crianças assassinadas e deixaram oferendas para os mártires palestinos, seguindo a tradição mexicana. “Sionismo é antissemitismo”, dizia um cartaz empunhado durante a passeata.

Com a presença massiva de estudantes, trabalhadores e militantes sociais, cerca de 10 mil pessoas exigiram um cessar-fogo imediato de Israel contra a população civil. O levante pela paz na Palestina iniciou às 16 horas, partindo do monumento Anjo da Independência, e se estendeu até às 20h30, na Praça Central (Zócalo), em frente ao Palácio Nacional, sede do executivo federal.

Em coro, os manifestantes gritaram pelo rompimento do governo mexicano de López Obrador com o Estado de Israel para se somar aos países da América Latina que se opõem ao bombardeio de Gaza e à política colonialista do império. Flores, velas, caveiras, fotografias, bordados, rendas, símbolos próprios da cultura mexicana e do célebre Día de Muertos se estenderam pelo caminho.

O ato foi marcado pela manifestação folclórica, mítica e mística, na qual a alegria do colorido e a brincadeira ajudam a superar a dor e o horror. Um enorme tapete com areia e pedras coloridas em verde, vermelho e branco reproduziu a forma e as cores da bandeira palestina tecida no chão. Outro tapete feito de flores coloridas trazia a inscrição “Palestina Libre”. Também as tradicionais caveiras brincantes traziam nas mãos cartazes com palavras de ordem contra a opressão do povo palestino.
