A insegurança alimentar e social vem se agravando no Brasil, triste sintoma do desgoverno de Jair Bolsonaro. Em 2022, a fome já atinge 33,1 milhões de pessoas. Quando se trata da vulnerabilidade de recém-nascidos, o governo Bolsonaro conseguiu atingir o pior índice de internação por desnutrição de bebês em 14 anos. São bebês que chegam aos hospitais com menos de um ano com insuficiência de nutrientes, desidratados ou com quadro de infecção. Em 2021, foram contabilizadas 113 internações por desnutrição a cada 100 mil nascimentos. Em comparação a 2008, o aumento é de 10,9%.
Em números totais, segundo o estudo, 2.939 crianças com menos de um ano de idade precisaram de internação em 2021. A situação é ainda mais grave para bebês que moram no Nordeste e Centro-Oeste do país. No Nordeste, números de hospitalização é 51% maior que a taxa nacional. Enquanto no país são 113 internações a cada 100 mil nascimentos, no Nordeste são 171,5 internações a cada 100 mil nascimentos. Enquanto isso, nesse ano, Bolsonaro cortou 87% do programa Alimenta Brasil, que distribuía leite para famílias vulneráveis dos municípios do Nordeste e MG.
Segundo o estudo da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Penssan), o Norte e o Nordeste têm os Estados com maior quantidade de crianças em vulnerabilidade alimentar. No Maranhão, 63,3% das famílias com crianças de 10 anos estão em situação de insegurança moderada, em seguida temos o Amapá com 60,1% e Alagoas com 59,9%.
Aumento da fome durante o governo Bolsonaro
Há um aumento vertiginoso da fome no país durante os anos de Bolsonaro. Em 2021, eram 19 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar, em 2022 já são 33 milhões. Casas de família com crianças de até 10 anos sofrem mais com a fome do que as casas sem crianças. 37,8% dos lares com crianças de menos de 10 anos sofrem de insegurança alimentar grave ou moderada, enquanto a média geral é 30,7%. O aumento do custo de vida e a desvalorização do salário mínimo são os culpados pela vulnerabilidade que cada vez mais está atingindo os brasileiros.
Desde de 2019, o poder de compra dos pobres despenca. Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudo socioeconômico (DIEESE), o piso de 2022 não é suficiente para comprar nem uma cesta básica na cidade de São Paulo. Jair Bolsonaro é o primeiro presidente desde o Plano Real que faz com que o salário mínimo perca o poder de compra. Em 2011, Dilma instituiu a política de reajuste do mínimo, que previa a correção do salário com base na inflação do ano anterior mais um aumento com base na variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores. Ou seja, o salário mínimo crescia acima da inflação. Essa política foi aniquilada em 2019, quando Jair Messias Bolsonaro passou a ocupar a cadeira da presidência.
Em agosto, Bolsonaro havia levado ao congresso Nacional uma proposta que previa para 2023 um salário mínimo de R$ 1.302, novamente abaixo do índice de inflação. O reajuste da proposta é de 7,42%, nos últimos 12 meses, entretanto, a inflação ficou em 10,07%. Já em outubro, Bolsonaro e Guedes falaram no congelamento total do salário mínimo e das aposentadorias. A inflação sobe, a comida encarece, mas o trabalhador e o aposentado continuam ganhando a mesma quantidade de dinheiro. Ou seja, se a inflação cresceu 10%, mas seu salário continua igual, isso significa a perda de 10% no valor real. Por exemplo, se o mínimo é R$1200, isso significa que ele passa a valer R$1080, perdendo R$120 de poder de compra. Esse é o plano de Bolsonaro e Guedes para conseguir fechar as contas públicas.
Bolsonaro saqueia os cofres públicos enquanto tira o seu salário
Enquanto isso, às vésperas da eleição, o governo de Bolsonaro desbloqueou R$ 3,5 bilhões do orçamento secreto. Trata-se de uma evidente manobra eleitoreira para a compra de votos. Para o G1, o especialista em gastos públicos e economista da associação Contas Abertas, Gil Castello Branco, afirmou que liberar recursos, como Bolsonaro fez, às vésperas das eleições pode favorecer candidatos governistas.
“Estamos vendo essa possibilidade de uma enxurrada de recursos serem empenhados e pagos faltando cerca de 15 dias para as eleições. É de fato uma quantidade enorme de vantagens que os candidatos governistas terão, inclusive o próprio presidente da República”, afirmou.
Bolsonaro saqueia os cofres públicos na tentativa de comprar votos e se reeleger, quem paga a conta? O povo. Para respeitar o teto de gastos e diminuir o orçamento público Bolsonaro e Paulo Guedes pensaram na solução genial: tirar o salário de aposentados, pensionistas e trabalhadores. Neste ano eleitoral, o presidente implantou medidas para recuperar a economia, impactando os cofres públicos em pelo menos R$68 bilhões. Ou seja, dinheiro existe, mas para a população? Nada.