Ele acusou a classe média de fazer pratos grandes demais e propôs que restos de comidas sejam usados com “pessoas fragilizadas, mendigos, desamparados”. E completou: “É muito melhor do que deixar estragar essa comida toda”
“Não pode o celeiro do mundo ser um país onde há fome”, disse o ministro Paulo Guedes (Economia) na quinta-feira (17). TÁ CERTO! Não é possível mesmo que exista fome em um país que exporta bilhões de dólares em alimentos para todo o mundo. A solução para o problema seria taxar as grandes fortunas, principalmente os bancos (que lucram com a agiotagem em cima dos mais pobres e endividados), fazer uma reforma agrária, que beneficie as milhões de famílias do campo, e aumentar o alcance das políticas sociais, que permitam ao povo viver com dignidade, como havia durante os governos Lula e Dilma. Mas Paulo Guedes, que é banqueiro antes de ser ministro, não cogita essas hipóteses. Em vez disso, apresentou a vergonhosa proposta de doar aos pobres os restos da comida que sobra nos pratos da classe média e alta. Sim, restos de comida!
“O prato de um [membro de] classe média europeu, que já enfrentou duas guerras mundiais, são pratos relativamente pequenos. E os nossos aqui, nós fazemos almoços onde às vezes há uma sobra enorme. Isso vai até o final, que é a refeição da classe média alta, até lá há excessos… Toda aquela alimentação que não for utilizada durante aquele dia no restaurante, aquilo dá para alimentar pessoas fragilizadas, mendigos, desamparados. É muito melhor do que deixar estragar essa comida toda”, afirmou Guedes.
Esse discurso obsceno ocorreu durante o Fórum da Cadeia Nacional de Abastecimento, promovido pela Abras (Associação Brasileira de Supermercados), um dos setores que mais ganhou na pandemia, já que não foi penalizado com as medidas de fechamento do comércio.
Mas Guedes, depois de destruir a Economia brasileira, não está nem aí para a indecência de sua proposta de servir restos.
Com o intuito de agradar aos donos de supermercados, ele avançou outra proposta: a flexibilização da regra que trata da validade de alimentos no Brasil. A sugestão é adotar modelo que permita vendas de baixo custo e doações a partir do atual prazo de validade.
Ou seja, Guedes quer que os supermercados, em vez de mandar para o lixo os alimentos vencidos, que eles possam vender esses restos das prateleiras. Mais comida estragada nos pratos das famílias de baixa renda.
E a saúde do povo?
Diga-se de passagem que os prazos de validade foram estabelecidos como uma forma de defender a saúde dos consumidores. Foram necessários anos de trabalhos técnicos para que o Brasil tivesse essas mínimas regras sanitárias relacionadas aos alimentos. E é isso o que Guedes e sua colega de ministério, a ministra da Agricultura Tereza Cristina, querem fazer.
Representante do agronegócio no governo Bolsonaro, Tereza Cristina disse que o governo vai criar um grupo para avaliar o tema e deu um prazo de 15 dias para que uma proposta seja apresentada.
É isso aí, Brasil! Em vez de carne e comida saudável, como já foi nos governos Lula e Dilma, agora a gangue de Bolsonaro quer que o povo se alimente de comida podre e restos.
Só tem uma resposta para tamanho absurdo: derrubar esse desgoverno que tanta infelicidade está trazendo ao povo brasileiro.
3 respostas
Ministro Paulo Guedes não passa de um porcaria de ministro, tá preocupado com seu bolso e a bolsa de valores , que se lasque o povo que coma restos de comida ! Enquanto isso carne a 40 reais kg , cartela de ovos 20 conto etc… Ter um ministro desses melhor mandar ele a merda e que sua família coma os restos de comida dos restaurantes esse lazarento maldito
Seria interessante examinar o lixo do ministro para ver o que ele está “compartilhando” e que medidas ele está tomando para que seus brioches cheguem limpinhos aos destinatários.