Em mais uma de suas transmissões semanais, o presidente Jair Bolsonaro (PL) mente ao divulgar uma falsa informação de que eleitores que utilizarem a camiseta da seleção brasileira seriam impedidos de votar. Na declaração feita em seu Facebook, Bolsonaro atribui a decisão ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que é presidido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. “Como é que é, Alexandre de Moraes? Proibido usar camisa da seleção? É interferência demais. Está com medo de quê? De ter um mar de verde e amarelo? Você está preocupado com um mar de verde e amarelo votando e aparecer o nome do Lula ganhando”, disse o presidente, ameaçando uma intervenção militar.
Bolsonaro mente ao citar a decisão, que nunca ao menos foi considerada pelo TSE. A Comissão de Transparência das Eleições (CTE) – órgão responsável por garantir a transparência nas eleições – estudava o veto ao uso da camisa da seleção por mesários, não por eleitores. Contudo, em entrevista realizada na última terça-feira (27), o ministro Alexandre de Moraes descartou a implementação da medida.
Em um cenário decorado com bandeiras do Brasil e adesivo eleitoral colado no peito, Bolsonaro ainda sugere de forma agressiva uma possível intervenção militar. “Vou determinar às Forças Armadas, que vão participar da segurança: qualquer seção eleitoral em que for proibido entrar com a camisa verde e amarela, não vai ter eleição naquela seção. Ou estamos na democracia ou estamos no Estado do Alexandre de Moraes”, disse Bolsonaro. Esse é mais um dos múltiplos ataques direcionados ao TSE, STF e ao ministro Alexandre.
No último dia 24, 324.818 disparos com o conteúdo golpista foram feitos, via SMS, pela empresa terceirizada Algar Telecom, do governo do Paraná. Entre as mensagens, existiam sugestões de um possível golpe caso Bolsonaro não ganhasse no primeiro turno. “Vai dar Bolsonaro no primeiro turno! Senão, vamos a rua para protestar! Vamos invadir o congresso e o STF! Presidente Bolsonaro”, diziam os torpedos. A Algar alega que houve um acesso inadequado aos seus dados no envio das mensagens.
De acordo com o TSE, no dia das eleições “a manifestação [política] deve ser silenciosa por meio do uso de bandeiras, broches, dísticos, adesivos, camisetas e outros adornos semelhantes. A norma proíbe a aglomeração de pessoas com vestuário padronizado que caracterize uma manifestação coletiva”.
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