Por Sato do Brasil
Olimpíada é tempo de superação, competição, disputa, luta, tudo por uma medalha de ouro, de prata ou de bronze. Só que não. Às vezes, a história de uma medalha conta muito mais que isso. Fala sobre amizade, parceria, solidariedade.
Vocês conhecem a história da medalha dupla de ouro no salto em altura das competições de atletismo em Tóquio-2020?
Gianmarco Tamberi, da Itália, e Mutaz Essa Barshim, do Catar, dividiram o primeiro lugar quando saltaram a mesma marca de 2,37 metros e decidiram abrir mão do desempate. Os dois foram considerados campeões olímpicos.
A última vez havia sido nos Jogos de Londres, em 1908, quando Edward Cook e Afred Carlton Gilber, ambos dos EUA, atingiram a marca de 3,71 metros no salto com vara e dividiram o ouro.
A celebração em um abraço longo e efusivo entre Tamberi e Barshim é só o capítulo final de uma história muito maior, de amizade, solidariedade e respeito, que o esporte ainda nos brinda a cada Olimpíada.
O italiano pintava como o melhor saltador de sua geração. Mas teve uma contusão feia antes da Rio-2016. Depois de um extenso tempo de recuperação, ele não conseguia mais saltar. Era convidado para as competições e nada dava certo.
Um dia saiu de uma disputa, dizendo que nunca mais ia competir. O catariano Barshim foi o único cara a ir no quarto do italiano, que não queria falar com ninguém. Barshim disse que não ia sair da frente da porta até ele abrir pra conversarem.
Depois de um tempo, Tamberi abriu. Barshim então convenceu o italiano a continuar competindo, o ajudou nos momentos que não rolava, viraram grandes amigos, o italiano conseguiu voltar a saltar bem, e, na Olimpíada do Japão, o destino trouxe toda essa cena maravilhosa.
É possível ver a emoção na face de Tamberi quando Barshim decide não querer mais saltar, e a tranquilidade e um pequeno sorriso no rosto do catariano ao decidir isso. Histórias maravilhosas que as Olimpíadas sempre proporcionam.