A Era das Trevas para o brasileiro é literal no Amapá. As chamas dos protestos são a única fonte de luz no Amapá e o som que se escuta nas ruas é de revolta. O Estado está a mais de uma semana sem energia e sem uma palavra do Governo Federal.
No Residencial São José no bairro do Congós uma criança de 13 anos é atingida ppr uma bala de borracha no olho. Uma criança sem água, sem energia elétrica, sem comida, sem amparo do estado e que teve sua infância freiada pela irresponsabilidade da empresa espanhola ISOLUX. A empresa testa o limite do descaso e mostra ao Governo Federal que é possível tirar ainda mais, de nós brasileiros, a dignidade. Mais de 145 horas sem possibilidade de se comunicar com familiares e amigos fora do estado.
O aeroporto lotado de amapaenses para retirar dinheiro e carregar seus celulares, deitados no chão, cansados e com sede ppr uma água que é rara e quando encontrada atinge preços exorbitantes. Belém do Pará se mobiliza para ajudar com o que pode. Manda ajuda ao estado que aguarda uma resolução do problema inimaginável da falta de energia em pleno 2020. O Brasil vive a era das trevas no Amapá.
O Senador Randolfe Rodrigues, visivelmente cansado e desnorteado em cada live, postagem e entrevista que cede aos meios de comunicação, luta pela população contra gigantes como a Companhia de Eletricidade do Amapá, a CEA, para que seja paga as indenizações aos usuários pelos prejuízos decorrentes do apagão no Estado. Quem já viu políticos mentindo ou apenas atuando como bons moços sabe que Randolfe não está vivendo uma farsa para ganhar votos na próxima eleição. O Senador parece esgotado. Dá pena.
A Azul Linhas aéreas, em uma ação solidária, cede um vôo com itens de primeira necessidade para levar até Macapá e aos amapaenses que, sem saber da indignação do Brasil pelo descaso com os irmãos, vai às ruas bater de frente contra a polícia militar mandada pelo governador e prefeitos que têm como única preocupação a maquiagem da calamidade para o resto do mundo. A ISOLUX, a partir de hoje, começa a pagar 15 milhões de reais por dia caso a energia não seja restabelecida . Será que vai pagar? Pra quem? Para o Estado alinhado à política genocida daquele homem que se importa apenas com as eleições e derrota de seu ídolo medíocre Donald Trump? Inimigo da ciência e da saúde assim como seu tiéte, Jair Bolsonaro, bridariam a falta de números sobre a Covi 19 que, após esse apagão, vai acelerar ainda mais as mortes e números de contágio por uma Pandemia que precisa ser esquecida por uma população que agora luta nas ruas entre tiros de bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha como a que acertou uma criança de 13 anos no olho enquanto via, da porta da sua casa, seu mundo pegar fogo e seus vizinhos sendo dizimados moralmente pelo mecanismo da brutalidade policial, usado pelos genocidas governantes sempre que precisam calar o brasileiro.
Nesse ano de 2020, talvez a palavra mais utilizada para descrever esse desgoverno tenha sido Genocida. Agora com o apagão no Amapá, podemos ver em tempo real, como um exemplo de como se constrói o conceito de genocídio e desrespeito ao brasileiro.
A palavra é Genocídio. A criança levou um tiro no olho. A ISOLUX não vai pagar. A energia ainda não voltou e o brasileiro, indignado, vai às ruas, mas não para protestar pela dignidade dos irmãos amapaenses, mas para protestar pela derrota de Trump por Joe Biden.
Infeliz de quem acha que o brasileiro está pelo Brasil. O brasileiro já abandonou o país há dois anos. E o último que sair não vai precisar apagar a luz, pois não vai haver energia.
texto de João Paulo Guimarães
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