Nesta quarta-feira (05), por volta das 10h, um aluno de 15 anos atirou contra três estudantes na Escola Estadual Professora Carmosina Ferreira Gomes em Sobral, no Ceará com arma do pai. De acordo com informações da Santa Casa de Sobral, dois foram atingidos na cabeça e um deles está em estado grave de saúde. O terceiro foi baleado na perna.
Por Jornalistas Livres
O adolescente de 15 anos utilizou uma arma de seu pai, o qual possui antecedentes criminais por roubo e outros crimes e, que mesmo assim conseguiu obter licença para ser CAC (Colecionador Atirador Desportivo e Caçador) e portar o equipamento. Em 15 de janeiro de 2019, um decreto assinado por Jair Bolsonaro (PL), renovou automaticamente o registro do porte legal de armas de brasileiros pelos próximos 10 anos. Na prática, especialistas apontam que essa medida favoreceu indivíduos que poderiam ter sua renovação negada por motivos como inquéritos e processos criminais ou condenações pela Justiça.
“A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social informa que um adolescente de 15 anos, suspeito de um ato infracional análogo ao crime de tentativa de homicídio em uma escola estadual, foi apreendido com uma arma de fogo registrada no nome de um CAC (colecionador, atirador desportivo e caçador), que seria familiar do jovem”, informa nota.
De acordo com o comandante do Raio (grupo especial da Polícia Militar do Ceará), o adolescente alegou que o motivo dos tiros foi o bullying sofrido na escola. O estudante já foi apreendido em sua residência.
Aumento da circulação de armas no governo Bolsonaro
De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o número de pessoas com licenças para armas de fogo disparou no governo Bolsonaro e registrou aumento de 473% em quatro anos. Em 2018, os denominados CAC’s contabilizaram 117,4 mil registros ativos, já em 2019, esse número aumentou em 68%, atingindo 197,3 mil registros.
Paralelamente a isso, um levantamento realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) afirma que mais de 6,3 mil assassinatos poderiam ter sido evitados caso a gestão Bolsonaro não tivesse flexibilizado a comercialização de armas de fogo e munições. Essas mudanças facilitaram a licença para portar esses equipamentos e o limite de compra principalmente de CAC’s.