Após a vitória de Luís Inácio Lula da Silva no segundo turno neste domingo (30), aliados do presidente se posicionaram reconhecendo o resultado das urnas. Durante seu mandato, Bolsonaro articulou um ataque feroz às urnas eletrônicas, propagando um sentimento de desconfiança quanto ao sistema eleitoral brasileiro. É por isso que uma das principais pautas levantadas por seus apoiadores é a do voto impresso. Enquanto o presidente permaneceu em silêncio durante dois dias depois do resultado, seus aliados prontamente se manifestaram para dizer que era preciso respeitar o resultado das urnas. Damares, Mourão, Zambelli, Moro, Malafaia, Feliciano, Tarcísio, Zema e Tereza Cristina são alguns dos nomes que já reconheceram a vitória de Lula.
Por Emanuela Godoy
Em suas redes, a senadora eleita Damares Alves (Republicanos-DF) publicou que Bolsonaro sairá da presidência de cabeça erguida. “Perdemos uma eleição, mas não perdemos o amor pelo nosso país. Bolsonaro deixará a Presidência da República em janeiro de cabeça erguida, com a certeza de dever cumprido e amado por milhões de brasileiros”.
O ex-ministro da justiça Sérgio Moro também reconheceu o resultado das urnas e disse que fará oposição ao novo governo. “A democracia é assim. O resultado de uma eleição não pode superar o dever de responsabilidade que temos com o Brasil. Vamos trabalhar pela união dos que querem o bem do País”.
Romeu Zema (NOVO), governador reeleito em Minas Gerais, que declarou voto em Bolsonaro no segundo turno, também se manifestou no sentido de reconhecer o resultado das urnas e ainda disse estar disposto a dialogar com o novo governo. “Com o resultado da eleição nacional, desejo sucesso ao presidente eleito. Seguirei cobrando que Minas seja prioridade, como merece. Estarei aberto ao diálogo para que o Brasil possa crescer com trabalho, honestidade e respeito”.
A deputada federal reeleita por São Paulo, Carla Zambelli (SP), que recentemente apontou arma para apoiador de Lula no meio da rua, também reconheceu o resultado de domingo (30). Em suas redes, prometeu ser a maior oposição do governo Lula. “Ainda que eu ande pelo vale das sombras, não temerei, porque Tu Senhor Deus estás comigo. O sonho de liberdade de mais de 51 milhões de brasileiros continua vivo. E lhes prometo, serei a maior oposição que Lula jamais imaginou ter”. A publicação foi feita em sua conta do Twitter, que foi suspensa nesta terça (1).
Em entrevista ao UOL, o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles também reconheceu a vitória de Lula. “Não há o que espernear”, disse. O ex-ministro da Infraestrutura e governador eleito em São Paulo, Tarcísio de Freitas, disse após o fim da apuração que parabenizar Lula faz parte da democracia. Também acrescentou que terá uma relação republicana com o petista. A ex-ministra da Agricultura e senadora eleita pelo Mato Grosso do Sul, Tereza Cristina (PP-MS), também admitiu a derrota as urnas. “Numa democracia, nem sempre a nossa escolha prevalece nas urnas. O resultado das eleições de hoje nos ensina a perseverar e a respeitar as diferenças”, escreveu ela nas redes sociais. “Presidente Jair Bolsonaro, seu governo fez história”.
O vice-presidente Hamilton Mourão, senador eleito pelo Republicanos, também aceitou o resultado das eleições e criticou os apoiadores do presidente que não fizeram o mesmo: “Agora não adianta mais chorar. Nós perdemos o jogo”. Mourão disse que eles aceitaram participar do jogo e que não acredita que houve fraude.
Os pastores Marco Feliciano e Silas Malafaia, aliados ferrenhos do presidente também se posicionaram para reconhecer as eleições de domingo (30). Esse ano, Malafaia chegou a fazer oração para que urnas travassem caso houvesse fraude, entretanto, após a vitória de Lula, a oração que fez foi pelo novo presidente. “Qual é o meu papel? Orar pelo presidente que foi eleito”, afirmou. “Nós temos que orar pela autoridade constituída”, disse o pastor. Segundo ele, a vontade do povo que deve prevalecer, pois é ele quem vota e escolhe.
O deputado Marco Feliciano (PL-SP) também reconheceu a vitória de Lula. “Vi o discurso de Lula. Começou agradecendo a Deus. Falou de Deus em vários momentos. Reafirmou compromisso pela liberdade religiosa, evitou temas que causam divergências com o segmento evangélico e terminou agradecendo a Deus. Aprendeu a nos respeitar? Tenho dúvidas. O tempo dirá”.