A importância da discussão LGBT na agroecologia

Por Patrícia Adriely
Há pelo menos quatro décadas, lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais lutam contra o preconceito e empenham-se pelo seu reconhecimento na sociedade brasileira. A Parada do Orgulho LGBT, realizada anualmente em São Paulo, por exemplo, é uma das maiores celebrações da diversidade do mundo. No campo, essa luta também é importante. Por isso, o movimento agroecológico busca discutir e evidenciar essa pauta.

“Agroecologia e LGBTfobia não combinam. Por isso que as gays, as bi, as trans e as sapatão estão todas organizadas para construir um projeto agroecológico feminista, colorido e antirracista. Discutir democracia e agroecologia sem discutir a sexualidade e as subjetividades de nossos povos, nós não conseguiremos avançar”, disse Luiz Filho, integrante do GT de Juventudes da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA).
O assunto foi uma das pautas na Plenária das Juventudes, promovida durante o IV Encontro Nacional de Agroecologia (ENA), realizado entre os dias 31 de maio a 3 de junho no Parque Municipal, no centro de Belo Horizonte. Dê Silva, estudante da Universidade Federal de Mato Grosso, saiu do encontro muito satisfeita com as discussões. “Nessa plenária a gente conseguiu ter vários debates importantes na perspectiva de que a agroecologia compreende toda a diversidade. Defender esse projeto da agroecologia é defender as mulheres, os LGBTs, os negros, como seres que compõem todo esse universo”, declarou.

 
Essa reflexão é importante porque o sujeito LGBT do campo ainda é invisível dentro do movimento agroecológico, conforme afirmou Alexandre Bezerra Pires, que também participou da plenária. “A gente precisa aprender a se desafiar, a dizer que no mundo rural também há gays, lésbicas, trans e bissexuais que estão vivendo lá e que também constroem agroecologia”, disse. Segundo ele, muitos jovens sofrem preconceito até mesmo na própria família, o que faz com eles deixem o campo para ir para a cidade grande, espaço em que há maior aceitação.

Assim, a partir dessa constatação, o GT de Juventudes assumiu a questão como uma bandeira importante para abrir espaço para que o LGBT do campo afirme sua identidade, assim como outros grupos que se fortalecem dentro da agroecologia.

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