Cordão da Mentira. A democracia dos massacres e o massacre da democracia

O Cordão da Mentira faz ato virtual contra o fascismo, o genocídio e a militarização da vida

A DEMOCRACIA DOS MASSACRES E O MASSACRE DA DEMOCRACIA.

O Cordão da Mentira reunirá virtualmente artistas e militantes para lembrar no 1º de Abril, dia do Golpe Civil-Militar e Dia da Mentira, a memória das vítimas dos massacres de ontem e de hoje e entoar nossas canções de liberdade contra os fascistas no poder e a militarização da vida. Em um momento em que governantes, militares e viúvas da ditadura se preparam para celebrar o golpe de 1964 com a anuência do judiciário, em que a tortura, as milícias, as chacinas e os ataques à democracia são defendidas como projeto de Estado, que políticos falam publicamente em golpe e que centenas de milhares de brasileiros morrem em consequência da Covid sob escárnio do presidente, é necessário dizer: Basta! E chamar as coisas pelo seu nome: chamemos genocida de genocida, torturador de torturador, violador de violador e assassino de assassino.

O Cordão da Mentira é um bloco carnavalesco de intervenção estética que, com humor e criatividade, versa e canta sobre temas cruciais para uma real transformação da sociedade brasileira. Formado por musicistas, compositoras e compositores, movimentos de sambistas, grupos de teatro, coletivos culturais e artísticos, movimentos sociais e militantes, o Cordão desfilou pela primeira vez em 2012 discutindo as heranças da ditadura em nosso cotidiano. Desde então vai para as ruas anualmente denunciando a violência de Estado, e a opressão contra as classes populares no Brasil, sempre no dia 1 de abril, dia da Mentira, dia do golpe de 1964.

No último ano a pandemia impediu nosso desfile, mas este ano resolvemos nos manifestar virtualmente, em parceria com o Manifão, plataforma online interativa voltada para protestos em defesa dos direitos humanos. Faremos uma grande festa virtual com a presença de artistas e militantes para combater o fascismo, lembrar dos que se foram, mas também celebrar a vida e a democracia. Lembraremos os 15 anos dos Crimes de Maio de 2006, um dos maiores massacres já cometidos pela polícia no Brasil. Nesta ocasião, homenagearemos as madrinhas do Cordão, as Mães de Maio, movimento de familiares de vítimas do Estado brasileiro.

Convocamos a todas as pessoas para juntarem-se a este Cordão e cantar contra o fascismo que nos governam, contra o racismo, contra o machismo, contra a lgbtfobia, contra a violência policial, contra a desigualdade e contra a política assassina que faz do Brasil o segundo país com o maior número de mortos na pandemia. Cantaremos nossas canções e as memórias de nossas lutas. Como nos lembra as Mães de Maio: “os nossos mortos têm voz”.

Participações

Ailton Krenak (liderança indígena), Alípio Freire (ex-preso político, poeta e artista plástico), Cecília Coimbra (Tortura Nunca Mais), Erika Hilton (ativista ativista dos direitos negros e LGBT), Padre Julio Lancellotti (ativista de direitos humanos), Paulo Galo (liderança dos entregadores anti-fascistas), José Claudio de Souza Alves (sociólogo, especialistas em milícias), Simone Nascimento (integrante MNU Movimento Negro Unificado), MST (Movimento Sem Terra), MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), MSTC (Movimento dos Sem Teto do Centro), Rede Emancipa de Educação Popular, Jornalistas Livres, Débora Silva e Movimento Mães de Maio, Mães de Maio da Leste, Cristina Quirino, mãe de Paraisópolis e familiares de vítimas do Estado de todo o Brasil.

Apresentações musicais

Anabela e Edu de Maria do Núcleo Cupinzeiro, Bel Borges, Cabaré Feminista, Douglas Germano, Kiko Dinucci, Lirinha, Nani Medeiros e João Pitta, Renato Martins, Roberta Oliveira e Selito SD

Apresentações teatrais

Buraco D’Oráculo, Cia do Tijolo, Coletivo Comum, Estudo de Cena, Folias D’Arte, Grupo Pandora de Teatro, Trupe Olho da Rua e Zona Autônoma.

Intervenções poéticas e visuais

Alessandra Felix, Kimani, Lucas Afonso, Luíza Romão e Sergio Silva, Roberta Estrela D’Alva, Paulinho Fluxus, Folias D’Arte, Memória Viva e Kaburé Filmes.

Mestres de cerimônia/MCs

Alex Rocha e Fernanda Azevedo

Serviço: a democracia dos massacres e o massacre da democracia

Data: 1/4/2021

Horário: 19h30

Na plataforma Manifão – https://www.manifao.org

Página no Facebook: https://www.facebook.com/cordaodamentira

Evento no face: https://www.facebook.com/events/958265514711071

Instagram: https://www.instagram.com/cordaodamentira

.

Outras reportagens dos Jornalistas livres:

https://jornalistaslivres.org/markfisher/

https://jornalistaslivres.org/genocidio-um-crime-tipificado/

https://jornalistaslivres.org/o-descaso-do-governo-bolsonaro-com-a-vida-das-familias-brasileiras/

POSTS RELACIONADOS

Revolução das consciências

“A democracia precisa ser libertada de seus vícios conservadores e emancipada da apropriação burguesa. A comunicação é questão de saúde pública”

Sobre a crise na UERJ

Por RODRIGO PEREZ OLIVEIRA, professor de História na UFBA Ao longo das últimas semanas, vimos acontecer aquela que talvez tenha sido a maior crise em