Durante a madrugada desta sexta-feira (28), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) invadiu o Complexo do Chapadão, Zona Norte do Rio de Janeiro. No meio da ação, um adolescente de 14 anos que estava trabalhando foi morto com um tiro na cabeça. Moradores se manifestaram contra o assassinato e a retirada de seu corpo do local da operação.
Segundo informações iniciais, o menino se chamava Lorenzo, tinha 14 anos. No momento em que foi atingido, trabalhava como entregador de lanches para ajudar sua mãe. Segundo relatos de moradores, quando foi encontrado tinha apenas 10 reais em suas mãos, quantia recebida pelo serviço que estava prestando.
Na operação, a PRF procurava os envolvidos na tentativa de roubo que resultou na morte de um de seus agentes, Bruno Vanzan Nunes. Segundo a Polícia Militar, ele teria reagido durante a abordagem e logo em seguida baleado. As investigações se iniciaram na Vila Kennedy e logo partiram para o Complexo do Chapadão.
Durante a madrugada, a comunidade local fez uma série de manifestações contra os policiais federais, como um protesto com as seguintes falas: “Não é bicho, é uma criança […] tem sonho, toda criança da favela tem sonho”.
Além disso, outros moradores relataram invasões em duas casas por volta das 3h da manhã, como denunciou uma das residentes: “Acabei de ser acordada pelo Bope e Polícia Federal querendo entrar na minha casa, estão entrando nas casas dos moradores, eles não querem saber de nada”. Durante esta manhã (28), foram flagrados dois helicópteros sobrevoando o Complexo e carros blindados circulando pela comunidade.
Diante do caso, a Polícia Rodoviária Federal do Rio apenas informou que a operação apresentou um óbito. Mais uma vez, a morte de um jovem da favela é tratada como um acontecimento banal, reduzido a simples número.