Na madrugada de hoje, 4, um grupo de pistoleiros fortemente armados atacou o povo Pataxó no município de Prado, extremo sul da Bahia. O ataque deixou duas vítimas, ambas adolescentes. Gustavo Silva da Conceição, de 14 anos, faleceu na hora com um tiro na cabeça. Outro jovem indígena, de 16 anos, foi alvejado com tiros e encaminhado a um hospital da região.
O ataque aconteceu em área próxima a Barra do Cahy, no Território Indígena (TI) Comexatibá, no município de Prado.
Os pistoleiros estavam armados com armas calibre 12, 32, fuzil ponto 40 e bomba de gás lacrimogêneo.
A tensão na região aumentou. Os Pataxós estão preocupados. Caciques e lideranças indígenas de toda região devem se reunir nos próximos dias.
Áudio que circula nas redes sociais da região mostra um chamado dos fazendeiros. “(…) Já que esses policiais (….) não vai resolver, a gente vai descer, com nosso arrastão. Botar só de fuzil no peito desses viado desses índio”. E continua, “separa só as mulheres e as crianças, o que é de homi vai cair tudo na bala”.
Entidades indígenas e indigenistas reforçam o pedido de socorro da comunidade.
A Associação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) em conjunto com a Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (APOINME) destacam que “Este ataque não é isolado, mas faz parte de uma série de atentados que têm se intensificado com o estímulo de Bolsonaro às milícias que têm se organizado na região, a exemplo dos recentes conflitos no T.I. Barra Velha, vizinho ao Comexatibá. A população reconhece o envolvimento de policiais na milícia, articulados com fazendeiros bolsonaristas que têm realizado manifestações contra os indígenas e espalhado notícias falsas”.
O Movimento Unidos dos Povos e Organizações Indígenas da Bahia (MUPOIBA) acompanha o caso e está realizando pleitos juntos aos órgãos de estado.
A reportagem continua acompanhando o caso.
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