Houve um dia em que conheci os últimos homens de um povo, Baita e Tamandua Piripkura. Tão instigado fiquei, eu diverso, eles únicos e últimos, um fim. Qual é o espaço e tempo do índio, fiquei pensando assim, enquanto atravessava uma rua. Quem foi o primeiro indígena abatido, enquanto o sinal vermelho piscava, pensara naquele momento.
A medida e tempo do meu quadrado nesse instante é um país sem futuro? Juízes supremos adiam a definição ou delírio do marco temporal para a existência indígena e seus domínios, enquanto a nação naufraga numa vã filosofia de direitos e deveres.
“Tamandua e Baita sobreviveram a um massacre de madeireiros na década de 1980. Segundo relatos de Jair Candor no documentário “Piripkura”, os indígenas conseguiram escapar de uma emboscada e se esconderam, enquanto os brancos matavam todos seus parentes.”
Sobrevivemos à pandemia até aqui, Baita ainda resiste também, meu país em desatino tem pilouras.