​Ocupação Chico Rei completa 7 meses de resistência em Ouro Preto (MG)

O local ocupado tem 271,5 hectares e foi abandonado por decisão judicial de 1986
Foto: Wanderley Kuruzu

A Ocupação Chico Rei começou em 25 de dezembro de 2015, com a ocupação das terras da siderúrgica Novelis/Hindalco, do grupo indiano Adhitya Birla, sucessora da canadense Alcan, ambas produtoras de alumínio, e está hoje na região da antiga Febem (Fundação Estadual para o Bem Estar do Menor) de Ouro Preto.

Foto: Wanderley Kuruzu

Segundo Patrick Souza, do Movimento Mudança, “a ocupação está inserida no movimento de luta por moradia e planejamento urbano, que existe na cidade desde 2004. Chegamos a ter mais de 500 pessoas nessa ocupação. Tomamos reintegração de posse e migramos para as terras da antiga Febem, que hoje são do estado de Minas, cedidas à prefeitura desde 1997.”

Foto: Wanderley Kuruzu

Com o lema “Terras de Ouro Preto para preservar o patrimônio cultural e natural, melhorando a vida das pessoas”, os passos do movimento hoje giram em torno de encontrar terras que não cumprem sua função social e torná-las aptas para moradia, já que há uma falsa informação de que a região de Ouro Preto é de difícil ocupação devido ao terreno íngreme. Ao contrário do que é dito, o Movimento afirma que há terras suficientes para não ser necessário que ninguém more em áreas de risco alto de desastre.

Foto: Wanderley Kuruzu
O nome da Ocupação é em homenagem a uma grande liderança negra. Chico era rei de uma tribo na África, foi capturado, trazido para o Brasil, feito escravo, juntou dinheiro e comprou sua liberdade e de seus companheiros. Sobre a articulação no local, Patrick explica: “São cerca de 30 pessoas permanentes. Mais uma 200 que frequentam nossas reuniões. Não é nosso interesse ter uma multidão no lugar. Queremos a construção de moradias nessas terras, quem sabe um bairro novo, bem planejado, numa cidade patrimônio cultural da humanidade, onde os pobres foram empurrados para áreas de risco alto e mto alto, principalmente para a Serra de Ouro Preto, de onde foi extraído o ouro que ajudou a financiar a Revolução Industrial. Essa classificação de áreas de risco está na Carta Geotécnica de Ouro Preto, de 2013. Mas nosso principal objetivo é chamar atenção para o problema e ajudar a mostrar soluções. Estamos de olho também no passivo ambiental deixado pelos canadenses, dentre eles, uma barragem de rejeito que fica acima da cidade e que contém, inclusive, soda cáustica.”

Foto: Wanderley Kuruzu

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