Verso e reverso do cuidado com a vida

Chamam de PL aquilo que em Deus não é mulher. Aquilo que negamos  sobre os cuidados com a vida, definimos como projeto de lei. Sob a terra, subsolos que nos habitam, gritam corpos de seres e a vontade dos homens empoderados, males  do macho vil da mineração, metal e dividendos.

Quando eu voava de avião sobre terras distantes da metrópole que habito, via a pele da Terra mudando de cores, do urbano passava ao vermelho, onde o verde de roças se impunha entre lavras e cacarecos na face da devastação. Quanto mais distante dos homens e suas cidades, aquilo que via do avião ia sendo ocupado por biomas virgens, Cerrado, Caatinga ou chão em amazônico brado. Ia compreendendo que é ouro o que querem aqueles de além mar, pedras que brilham, também o leite melânico e viscoso querem, aquele escuro da sopa de fósseis, antigas vidas na matéria prima que vira plástico, querosene, gasolina, detergente, naftalina, o petróleo nosso de cada dia.

É como um tanque de guerra a solapar árvores, estuprando rios, entornando biomas. O Cerrado que finda, em seus devaneios diz para a Amazônia: um dia você será como eu. 

Agora, no tempo do vírus e da guerra, entendi que corredores humanitários são como os corredores ecológicos, aquilo que foge dos conflitos da alma nefasta do capeta. Obtuso é o olhar que voa, afinco é faca que a carne corta.

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