O site “bolsonaro.com.br”, que trazia charges e críticas ao governo de Jair Bolsonaro, voltou ao ar na manhã desta terça-feira (6). O site estava desativado desde quinta-feira (1), após viralizar nas redes sociais. O domínio reúne charges e hiperlinks de jornais, incluindo uma ilustração do presidente vestido como Hitler, apontando Bolsonaro como ameaça à democracia.
Por Thaís Helena Moraes
Na quarta-feira (31), o ministro da Justiça Anderson Torres pediu a suspensão do site e a abertura de uma investigação junto à Polícia Federal. Para o ministro, as publicações “ferem a honra” do presidente, e citou o artigo 145 do Código Penal – segundo o qual é dever do titular de Justiça a apuração desse tipo de crime.
A resolução Tribunal Superior Eleitoral, que regula a propaganda eleitoral, garante ampla liberdade de expressão ao cidadão, mas não permite a ofensa à honra ou a veiculação de mentiras sobre candidatos. O site, no entanto, não direciona xingamentos ao presidente. O domínio apenas aponta fatos e notícias que comprovam a visão de Bolsonaro como ameaça ao Estado de Direito.
O domínio do site “bolsonaro.com.br” foi adquirido pelo empresário Gabriel Baggio Thomaz em janeiro por R$ 20 mil. Depois de viralizar nas redes, o site recebeu diversas ameaças, que foram reunidas no domínio quando voltou ao ar. Agora, a página inicial traz um aviso: “Nas pouco mais de 24 horas em que este site esteve no ar após viralizar, pôde-se observar a sistemática utilização da tática do medo para reprimi-lo”.
Dentre as ameaças estão menções ao período militar: “Esquerda maldita! Pena que os militares de 64/84 não exterminaram todos”.
A página afirma ainda que “a intimidação não cala uma nação” e que, “para cada mensagem de ódio, há 50 mensagens de incentivo e apoio”. O site segue no ar denunciando os crimes cometidos por Bolsonaro durante seu mandato. A nova home da página aponta que “há indícios de possível uso indevido do aparato público para perseguição política”, trazendo um post do ministro da Justiça Anderson Torres.