Alexandre de Moraes determina operação da PF contra empresários que defendem o golpe

Oito empresários bolsonaristas sofrem mandados de busca, nesta terça (23), a pedido do ministro Alexandre de Moraes
Bolsonaro em motociata com Luciano Hang, um dos empresários do grupo - Foto: Anderson Riedel/ Planalto
Bolsonaro em motociata com Luciano Hang, um dos empresários do grupo - Foto: Anderson Riedel/ Planalto

Nesta manhã (23), a polícia federal cumpriu mandado de busca e apreensão, expedido pelo atual presidente do TSE Alexandre de Moraes, contra oito empresários bolsonaristas. Em um grupo de mensagens no Whatsapp, esses empresários defendiam um golpe de estado caso o presidente Jair Bolsonaro perdesse as eleições e Lula fosse eleito. As mensagens foram reveladas pelo portal Metrópoles. Na ação desta terça (23), envolvendo 35 policiais, Moraes também concordou que os empresários sejam ouvidos pela PF.

As buscas estão sendo feitas nos estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Ceará, São Paulo e Santa Catarina. Entre os alvos estão: Luciano Hang, da Havan, José Isaac Peres, da rede de shopping Multiplan, Ivan Wrobel, da Construtora W3, José Koury, do Barra World Shopping, André Tissot, do Grupo Sierra, Meyer Nigri, da Tecnisa, Marco Aurélio Raimundo, da Mormaii, e Afrânio Barreira, do grupo Coco Bambu. Em matéria puplicada no dia 18, os Jornalistas Livres apresentaram quem são esses empresários bolsonaristas.

A reportagem do Metrópoles, mostrou que, nesse grupo de empresários, José Koury, do Barra World Shopping, disse que preferia a ruptura demorcática a um possível retorno de um governo petista. Para Koury, não haveria problema algum em conviver com uma ditadura militar, pois o pais continuaria com investimento externo e isso que importava.

Print publicado pelo jornalista Guilherme Amado em sua coluna

Já Marco Aurélio Raymundo, dono da empresa de roupas de surfe Mormaii, respondeu que golpe era o que o supremo fazia e que golpe foi quando soltaram o ex-presidente Lula. O empresário Barreira do Coco Bambu apenas respondeu a mensagem de Koury com um “joinha”. Mais tarde, André Tissot, do grupo Sierra, afirmou que o golpe deveria ter sido feito nos primeiros dias do governo: ” 2019 teríamos ganhado outros 10 anos a mais”.

Em nota, Afrânio Barreira, afirmou nunca se manifestar a favor de qualquer conduta que não seja institucional e não concorda com uma ruptura democrática. Ao Uol, Luciano Hang disse estar tranquilo e com consciência limpa. “Desde que me tornei ativista político prego pela democracia. (…) Eu fui vítima da irresponsabilidade de um jornalismo raso, leviano e militante, que infelizmente está em parte das redações pelo Brasil.” Na coluna do Metrópoles, José Koury, quem defendeu o golpe caso Lula fosse eleito, afirmou:

“Vivemos numa democracia e posso manifestar minha opinião com toda liberdade. Não disse que defendo um golpe de Estado, e sim que talvez preferiria isso a uma volta do PT. Para mim, a volta do PT será um retrocesso enorme para a economia do país.” (José Koury)

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