crônica

Salve geral

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Somos poetas dum mundo caduco, desenhistas dum mundo sujo, fotógrafos de lixo, repórteres de cacarecos.

 

Formas escuras invadem,  manchas de uma noite longa num lençol azul de céu e de mar.

 

Estou triste, milhões estão.

 

É queimada no céu, é óleo na água.  A Amazônia Verde e a Amazônia Azul, 

violentadas, dilaceradas. 

Os arrecifes de nosso orgulho e bem comum.

 

Foi o povo que respirou a fumaça, é o povo que limpa sua praia.  

O Estado?  Lava-se.

 

Se haverá novas doenças após o fogo e o óleo invasor, é cedo para saber.

Tartarugas não terão esse tempo para descobrir, nem corais ou imprudentes peixes que por esses mares passeiam.

Dá-se à natureza um salve geral. 

 

Serei vento, ventania serei seca.

Serei aridez.

 

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