O ex-deputado e aliado bolsonarista de primeira hora Roberto Jefferson atirou e jogou três granadas na direção do carro e dos agentes da Polícia Federal que cumpriam ordem de prisão expedida pelo ministro Alexandre de Moraes do STF. O delegado Marcelo Vilella e a policial Karina Lino Miranda de Oliveira saíram feridos e estão hospitalizados.
O próprio Jefferson publicou vídeos de dentro da casa onde cumpre prisão domiciliar nos quais assume o ato criminosos e tenta explicar por que não vai se entregar: “Eu não vou me entregar porque acho um absurdo. Chega, me cansei de ser vítima de arbítrio, de abuso. Infelizmente, eu vou enfrentá-los.”
Em tom de bravata, em outro vídeo feito de dentro de casa, ele mostra imagens do carro da PF com vidro estilhaçado: “Mostrar a vocês que o pau cantou. Eles atiraram em mim, eu atirei neles. Estou dentro de casa, mas eles estão me cercando. Vai piorar, vai piorar muito.”
Jefferson havia publicado ontem (22) um vídeo nas redes sociais de sua filha Cristiane Brasil (PTB) em que agride a ministra Cármen Lúcia, ministra do STF (Supremo Tribunal Federal), com xingamentos machistas. No vídeo, Jefferson comenta o voto da ministra no caso da retirada de conteúdo da Jovem Pan por disseminação de fake news: “Lembra mesmo aquelas prostitutas, aquelas vagabundas arrombadas, que viram para o cara e diz: ‘benzinho, nunca dei o rabinho, é a primeira vez’. Ela fez pela primeira vez. Ela abriu mão da inconstitucionalidade pela primeira vez.”
Além dos ataques ao Judiciário, a ordem de Moraes teria sido motivada pelo fato de Jefferson estar mantendo um arsenal irregular de armamentos na casa onde cumpre prisão domiciliar. O ex-deputado chegou a ser preso em agosto de 2021 pela Polícia Federal, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, no âmbito da investigação que apura suposta organização criminosa atuando nas redes sociais para atacar a democracia.
