Refinaria da Petrobras seria o maior foco de transmissão da covid-19 na Grande BH

Mais de 200 trabalhadores da Regap já foram identificados com testes positivos neste mês com a chegada, em Betim, de 2 mil pessoas vindas de outras regiões para a parada de manutenção

O Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais (Sindipetro/MG) já identificou mais de 200 trabalhadores e trabalhadoras da Refinaria Gabriel Passos (Regap) com testes positivos para Covid-19, somente neste mês, em Betim, na Grande Belo Horizonte. Mais de dez trabalhadores, entre próprios e terceirizados, estão internados. Como oa entidade já vinha alertando, a explosão dos casos ocorreu justamente com a chegada de 2 mil trabalhadores vindos de outras regiões para realizar a parada de manutenção.

Na terça-feira, 16, após denúncia do sindicato, uma equipe de fiscalização da Vigilância Sanitária de Betim visitou a Refinaria para averiguar as condições da unidade. No entanto, mesmo após a vistoria, o Sindipetro recebeu novas fotos que comprovam a continuidade de aglomerações no interior da Refinaria. Além disso, houve denúncias de tentativas da gerência local de maquiar as péssimas condições de segurança, como no transporte de terceirizados e na higienização de contêineres.

.

Os dados comprovam que a Refinaria, localizada em Betim, é um dos maiores focos de transmissão da doença, se tornando uma ameaça à saúde pública de toda a Região Metropolitana de Belo Horizonte.  O coordenador do Sindipetro/MG, Alexandre Finamori, classifica como “absurda” a situação na Regap. “Os números não param de crescer e a Regap finge que nada está acontecendo. As pessoas estão com medo de ir trabalhar!”, afirma o sindicalista.

Neste mês, o Sindicato já acionou o Ministério Público do Trabalho (MPT); Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE – MTE – MG); Ouvidoria do Estado de Minas Gerais; Conselho Estadual de Saúde – MG; Centros de Referência em Saúde do Trabalhador – Betim (CEREST-Betim) e Conselho Municipal de Saúde – Betim sobre o problema. Também foi solicitada na segunda-feira, 15, a suspensão da parada de manutenção, o principal foco de Covid-19 na Refinaria neste momento. Entretanto, não houve retorno por parte da gerência Alexandre Finamori.

 “A refinaria sequer respondeu ao ofício do Sindicato, mostrando desprezo pela vida dos trabalhadores no pior momento da pandemia. Vamos seguir denunciando o que está acontecendo e, caso a empresa siga com essa postura, não teremos outra saída que não seja uma greve sanitária em defesa da vida da nossa categoria”, afirmou Alexandre Finamori.

COMENTÁRIOS

POSTS RELACIONADOS

Sobre a crise na UERJ

Por RODRIGO PEREZ OLIVEIRA, professor de História na UFBA Ao longo das últimas semanas, vimos acontecer aquela que talvez tenha sido a maior crise em

A mídia e a sua nova Lava Jato

A mídia brasileira tenta obrigar o governo a manter a Petrobras como ‘vaca leiteira’ dos oligarcas nacionais e internacionais