Forças e potências do agora e do futuro.
Meu processo criativo começa muitas vezes na necessidade que eu sinto de dar visibilidade para temas e causas que acredito, fazer com que as pessoas se questionem sobre seu lugar na sociedade, sobre seu modo de consumo, suas crenças políticas e sociais etc. Sem dúvida, essa foi a melhor forma que encontrei até hoje pra expressar o que sinto, a minha forma de pensar e ver as coisas, de me comunicar.
Normalmente, quando escolho um artista musical como peça principal da criação de uma obra, muitas vezes me sinto inspirado por letras de músicas, como as artes que fiz para o Criolo, Emicida, Ludmilla, Jaloo, Lil Nas X. Quando montei a arte da Ludmilla com a serpente, me lembro que tive como inspiração uma música que ela estava para lançar, foi também um momento em que ela estava sofrendo graves ataques racistas e homofóbicos nas redes. Na real, o tema racismo, geralmente atravessa diretamente as vivências dessas personalidades e forças pretas no Brasil, além da Lud, também Gaby Amarantos e outros, como Thelma Assis, Ícaro e Viola Davis. É daí que surge a ligação com os ancestrais africanos que permeiam a estética da minha arte, como uma forma de resgatar, empoderar e homenagear essas personalidades através dessa cultura.
Esses e outros fatores, como posicionamento político, também me inspiram a criar, que é o caso das artes que fiz para Marielle Franco, Erika Hilton e Érica Malunguinho, todas mulheres pretas, periféricas, LGBTQIA+, mulheres fortes que fizeram e estão fazendo história. Consigo, elas trazem representatividade, forças e esperança para muitas e muitos, desafiando a estrutura racista e opressora que nós vivemos. A força dessas mulheres, e tudo que elas representam nos dias de hoje, sem dúvida, é o que me inspira e muitas vezes me dá forças e esperança para seguir em frente. Além do que, eu acredito que todo apoio para elas é importante agora, seja ele qual for, inclusive uma homenagem em forma de arte. Dani Calabresa e Isa Penna também me inspiraram com sua força e coragem, ao denunciar casos de assédio que ganharam a mídia em 2020. A histórias delas me tocam porque infelizmente no meu círculo de amizades e familiares mulheres, não é incomum encontrar histórias semelhantes.
Outro universo com o qual me identifico muito para minhas criações, são as mulheres e povos originários do Brasil. A cultura indígena com toda sua riqueza, junto à história dos 500 anos de luta desses povos que são os verdadeiros donos dessa terra, isso junto com a necessidade de compartilhar informação sobre a importância de defender não só os povos originários mas também a nossa fauna e flora, que anos após anos, vem sendo destruídas pela ganância capitalista. Com isso, me sinto inspirado e monto peças para personalidades e forças como Sônia Guajajara e Célia Xakriabá, entre outras personalidades indígenas ativistas e militantes, guardiões da floresta.
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Minibio
Meu nome é Jefferson Corsi, tenho 28 anos, nasci e cresci na Zona leste de São Paulo, Filho de nordestina junto com um paulistano. Artista independente, sem formação nem especialização acadêmica, começo minha trajetória profissional aos 16 anos, de lá pra cá atuei como assistente de estilo e modelagem, designer de estampas de moda para algumas marcas, tratamento e manipulação profissional de imagens (ensaios fotográficos e conteúdo para site), criação de conteúdo (redes sociais). A cerca de 3 anos atrás, decidi trabalhar por conta, eu já tinha uma pequena cartela de clientes que me procuravam, e junto com isso eu inicio um processo de expressão artista através de colagens digitais feitas no Photoshop. Hoje esse projeto significa além de uma realização pessoal muito grande, é também o que me ajuda a pagar as contas. Na minha arte eu trago homenagens a grandes ícones da história e da atualidade, ícones negros, indígenas, mulheres, LGBTQs, muitas delas com criticas políticas e sociais.
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Para conhecer mais o trabalho do artista
E-mail: [email protected]
Instagram: https://www.instagram.com/jeffcorsi/
Facebook: https://www.facebook.com/JeffersonCorsiArtes
Behance | Twitter | TikTok : Jefferson Corsi
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O projeto Futuro do Presente, Presente do Futuro é um projeto dos Jornalistas Livres, a partir de uma ideia do artista e jornalista livre Sato do Brasil. Um espaço de ensaios fotográficos e imagéticos sobre esses tempos de pandemia, vividos sob o signo abissal de um governo inumanista onde começamos a vislumbrar um porvir desconhecido, isolado, estranho mas também louco e visionário. Nessa fresta de tempo, convidamos os criadores das imagens de nosso tempo, trazer seus ensaios, seus pensamentos de mundo, suas críticas, seus sonhos, sua visão da vida. Quem quiser participar, conversamos. Vamos nessa! Trazer um respiro nesse isolamento precário de abraços e encontros. Podem ser imagens revistas de um tempo de memória, de quintal, de rua, documentação desses dias de novas relações, uma ideia do que teremos daqui pra frente. Uma fresta entre passado, futuro e presente.
Outros ensaios deste projeto: https://jornalistaslivres.org/?s=futuro+do+presente