Projeto Futuro do Presente, Presente do Futuro #147 – João Machado: De Sonho e Pó

No interior de uma Casa de Farinha. João Machado apresenta o 147º ensaio do projeto
João Machado, De sonho e pó10

De sonho e pó

Após longos dias de confinamento por conta da pandemia, o fotógrafo João Machado produz o seu mais novo ensaio De sonho e pó, realizado numa casa de farinha localizada na zona rural da cidade de Vitória da Conquista – BA. A grande quantidade de casas de farinha nessa comunidade, o acolhimento recebido, os equipamentos e toda movimentação de pessoas, encantaram os olhos do fotógrafo.

“Tenho fotografado outras casas de farinha, porém essa me chamou atenção por funcionar o tempo todo, uma pequena indústria com maquinários ligados oito horas por dia, que produz e comercializa o produto, movimentando a economia local e empregando dezenas de famílias”

comenta João Machado.

A névoa de fumaça por onde penetra a luz, a poeira formada pela farinha, reproduzem uma cena poética e cinematográfica no momento em que a massa é colocada para secar. A casa de farinha é um cenário muito regional e comum da cultura nordestina. A força de uma cultura pouca explorada e pouco conhecida. O ensaio De Sonho e Pó mostra o costume do nordestino das casas de farinha, parte das raízes desse Brasil profundo e místico.

João Machado, De sonho e pó1
João Machado, De sonho e pó2
João Machado, De sonho e pó3
João Machado, De sonho e pó4
João Machado, De sonho e pó5
João Machado, De sonho e pó6
João Machado, De sonho e pó7
João Machado, De sonho e pó8
João Machado, De sonho e pó9
João Machado, De sonho e pó10
João Machado, De sonho e pó11
João Machado, De sonho e pó12
João Machado, De sonho e pó13
João Machado, De sonho e pó14
João Machado, De sonho e pó15
João Machado, De sonho e pó 16
João Machado, De sonho e pó 17
João Machado, De sonho e pó 18
João Machado, De sonho e pó 19
João Machado, De sonho e pó 20
João Machado, De sonho e pó 21
João Machado, De sonho e pó 22
João Machado, De sonho e pó 23
João Machado, De sonho e pó 24
João Machado, De sonho e pó 25
João Machado, De sonho e pó 26
João Machado, De sonho e pó 27

.

Minibio

João Machado nasceu em Xique-Xique, na Bahia, no ano de 1969. Deixou sua terra natal aos 19 anos, em busca de trabalho na cidade de São Paulo. Trabalhou na construção civil, como ajudante de pedreiro, quando comprou a primeira câmera fotográfica de um colega de trabalho. Buscou conhecimento em revistas especializadas e começou a fotografar em 1993. A curiosidade, determinação e persistência o transformaram no fotógrafo João Machado. Autodidata, teve como referência trabalhos publicados na extinta Revista Iris Foto.

Em 1997, João realizou o primeiro ensaio, intitulado “Olaria”, em Guarulhos, São Paulo, e, a partir de então, concentrou sua produção no sertão baiano, nas suas origens. Em 2002, encorajado pelas experiências de fé vividas na infância e pelas histórias contadas pelo pai, João partiu para Bom Jesus da Lapa (BA) e, desde então, fotografa anualmente os romeiros em Bom Jesus da Lapa, entre outras manifestações de fé. João não conheceu a cidade quando o seu pai era peregrino, mas busca todos os anos, no mês de agosto, a foto que não fez: o pai romeiro.

Em 2015, apresentou parte do seu trabalho numa exposição individual na Galeria Nikon e no ano anterior, participou da Mostra Futebol BR, ambos em São Paulo. Em 2018,, realizou a exposição “O Sertão de João Machado”, na Caixa Cultural Salvador e Rio de Janeiro. Hoje, um dos grandes nomes da fotografia documental e autoral, João tem trabalhos publicados em veículos nacionais e no exterior.

.

Para conhecer mais o trabalho do artista

https://m.facebook.com/joaomachadofineart

https://www.instagram.com/joaomachadoart/

https://joaomachado.com.br

.

O projeto Futuro do Presente, Presente do Futuro é um projeto dos Jornalistas Livres, a partir de uma ideia do artista e jornalista livre Sato do Brasil. Um espaço de ensaios fotográficos e imagéticos sobre esses tempos de pandemia, vividos sob o signo abissal de um governo inumanista onde começamos a vislumbrar um porvir desconhecido, isolado, estranho mas também louco e visionário. Nessa fresta de tempo, convidamos os criadores das imagens de nosso tempo, trazer seus ensaios, seus pensamentos de mundo, suas críticas, recriar seus sonhos, sua visão da vida. Quem quiser participar, conversamos. Vamos nessa! Trazer um respiro nesse isolamento precário de abraços e encontros. Podem ser imagens revistas de um tempo de memória, de quintal, de rua, documentação desses dias de novas relações, essenciais, uma ideia do que teremos daqui pra frente. Uma fresta entre passado, futuro e presente.

Outros ensaios deste projeto: https://jornalistaslivres.org/?s=futuro+do+presente

COMENTÁRIOS

POSTS RELACIONADOS

Sobre a crise na UERJ

Por RODRIGO PEREZ OLIVEIRA, professor de História na UFBA Ao longo das últimas semanas, vimos acontecer aquela que talvez tenha sido a maior crise em

A poeta e o monstro

A poeta e o monstro

“A poeta e o monstro” é o primeiro texto de uma série de contos de terror em que o Café com Muriçoca te desafia a descobrir o que é memória e o que é autoficção nas histórias contadas pela autora. Te convidamos também a refletir sobre o que pode ser mais assustador na vida de uma criança: monstros comedores de cérebro ou o rondar da fome, lobisomens ou maus tratos a animais, fantasmas ou abusadores infantis?

110 anos de Carolina Maria de Jesus

O Café com Muriçoca de hoje celebra os 110 anos de nascimento da grande escritora Carolina Maria de Jesus e faz a seguinte pergunta: o que vocês diriam a ela?

Quem vê corpo não vê coração. Na crônica de hoje falamos sobre desigualdade social e doença mental na classe trabalhadora.

Desigualdade social e doença mental

Quem vê corpo não vê coração.
Na crônica de hoje falamos sobre desigualdade social e doença mental. Sobre como a população pobre brasileira vem sofrendo com a fome, a má distribuição de renda e os efeitos disso tudo em nossa saúde.

Cultura não é perfumaria

Cultura não é vagabundagem

No extinto Reino de Internetlândia, então dividido em castas, gente fazedora de arte e tratadas como vagabundas, decidem entrar em greve.