Essenciais.
“O mundo do trabalho já atravessava transformações profundas nos últimos anos. A digitalização de processos, a concentração de grandes oligopólios via fusões e aquisições, a precarização das relações tradicionais a partir de novos modelos de colaboração parecem modificar a vida em suas diferentes dimensões.
Com as políticas de isolamento social implementadas pela Covid-19, a velocidade e intensidade dessas mudanças acentuou-se ao limite: será que os escritórios e, em última instância, a concentração em cidades, faz-se mesmo necessária? Novas formas de organização surgem no horizonte, trazendo possibilidades de êxodo rural e retorno à natureza.
Algumas profissões, no entanto, permanecem praticamente intocadas. Essenciais ao dia-a-dia mais singelo, a vida do farmacêutico, do açougueiro, de frentistas no posto de gasolina nos lembram de um mundo analógico, material, urbano, sincopado. Ao lançar um olhar sobre esse cotidiano, somos confrontados com uma cidade que nunca parou. Com uma América Latina que sonha com os avanços trazidos pelas novas tecnologias, mas ainda profundamente marcada por dilemas, problemas e modus vivendis da era industrial e do século 20.”
GABRIELA LONGMAN, Culture&Arts journalist
.
Minibio
“Fotógrafo desde 1996, Ale Ruaro tem se dedicado nos últimos 3 anos aos retratos, quase que exclusivamente. Sempre em preto e branco suas imagens são construídas, sobretudo, em parceria com os fotografados, criando uma harmonia entre o rosto registrado e a luz que o lambe.
As fotografias de Ale têm na iluminação contrastada e densa uma das suas característica mais marcantes, fazendo os rostos ganharem contornos a la pintores holandeses, como Vermeer e Rembrandt. Ale fotografa pessoas do seu tempo com o olhar suave, amoroso e solidário de um artista do século XVII.”
Paulo Marcos de Mendonça Lima
.
Para conhecer mais o trabalho do artista
https://www.instagram.com/aleruaro/
https://www.facebook.com/aleruaro
.
O projeto Futuro do Presente, Presente do Futuro é um projeto dos Jornalistas Livres, a partir de uma ideia do artista e jornalista livre Sato do Brasil. Um espaço de ensaios fotográficos e imagéticos sobre esses tempos de pandemia, vividos sob o signo abissal de um governo inumanista onde começamos a vislumbrar um porvir desconhecido, isolado, estranho mas também louco e visionário. Nessa fresta de tempo, convidamos os criadores das imagens de nosso tempo, trazer seus ensaios, seus pensamentos de mundo, suas críticas, seus sonhos, sua visão da vida. Quem quiser participar, conversamos. Vamos nessa! Trazer um respiro nesse isolamento precário de abraços e encontros. Podem ser imagens revistas de um tempo de memória, de quintal, de rua, documentação desses dias de novas relações, essenciais, uma ideia do que teremos daqui pra frente. Uma fresta entre passado, futuro e presente.
Outros ensaios deste projeto: https://jornalistaslivres.org/?s=futuro+do+presente