Policiais acusados de participar do assassinato de Genivaldo Santos são presos em Sergipe

A vítima morreu sob tortura com uma câmara de gás improvisada no porta malas de uma viatura por três agentes da Polícia Rodoviária Federal

Na última sexta-feira (14), os três policiais acusados de assassinarem Genivaldo Santos foram presos pela Polícia Federal (PF). William de Barros Noia, Kleber Nascimento Freitas e Paulo Rodolpho Lima Nascimento são acusados pelo assassinato e tortura de Genivaldo. 

Por Júlia Galvão

No momento, os três se encontram sob prisão preventiva no Presídio Militar de Sergipe, em Aracaju. Os agentes foram denunciados pela Justiça Federal e pelo Ministério Público Federal por abuso de autoridade, tortura e homicídio qualificado. O advogado dos policiais declararam que irão tentar reverter a situação. 

O crime aconteceu no dia 25 de Maio, em Umbaúba (SE), quando Genivaldo foi abordado em uma blitz na rodovia BR-101 que era organizada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Os agentes alegam que Genivaldo estava sem capacete durante a blitz e, por esse motivo, a abordagem seria necessária. 

Em vídeos, é possível notar que a vítima obedecia às ordens dos oficiais durante a operação, mas recebeu spray de pimenta em seu rosto pelo menos 5 vezes enquanto era revistado. Genivaldo declarava que estava seguindo os pedidos dos policiais e que a abordagem violenta não era necessária. Depois disso, a vítima foi jogada no chão e dois dos policiais pressionaram seu pescoço e peito com os joelhos. Genivaldo foi então levado ao porta-malas da viatura onde foi sufocado e assassinado. 

A cena foi filmada por familiares que estavam presentes no local e após a divulgação do vídeo nas redes sociais, o caso ganhou comoção nacional. Pedidos de justiça por Genivaldo passaram a ser realizados por todo o território nacional. 

Após sua morte e tortura, a família da vítima ainda recebeu multas para pagar em nome de Genivaldo que contabilizavam cerca de R$ 1800. A PRF, pouco tempo depois, alegou que iria suspender o valor das multas. 

Genivaldo foi exposto ao gás lacrimogêneo por 11 minutos e 27 segundos, fator que provocou um colapso em seu pulmão. As causas da morte em sua certidão de óbito são asfixia e insuficiência respiratória. A vítima tinha apenas 38 anos e deixou a esposa e um filho de 8 anos.

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