Boletim de ocorrência feito no último domingo (02) aponta que uma mulher morreu após passar mal durante tumulto na porta de um frigorífico em Goiânia. O Frigorífico Goiás havia anunciado a promoção “picanha mito” cujo valor passava de R$ 129,99 para 22 reais – uma “homenagem” ao candidato Jair Bolsonaro, cujo número na urna é 22. O preço baixo atraiu centenas de pessoas que se atropelavam em frente ao açougue bolsonarista em busca de um pedaço da carne.
Inicialmente, o caso foi registrado como morte acidental. Mas o marido da vítima relata que a mulher foi espremida durante o tumulto na porta do açougue bolsonarista. Na volta para casa, ela reclamava de dores e estava com a perna bastante inchada. Pouco depois de votar, sentindo muita dor, ela foi levada pelo marido ao hospital onde detectaram uma hemorragia grave que acabou provocando sua morte.
O açougue bolsonarista utilizou a imagem de Jair Bolsonaro na propaganda da promoção que dizia que o valor só valeria para quem estivesse usando camisa da seleção do Brasil. O anúncio da “picanha mito” mostrava uma foto do atual presidente segurando embalagens do frigorífico ao lado de uma arma de fogo e uma embalagem de outra promoção, o “cupim mito”.
Um vídeo publicado nas redes sociais mostra as pessoas se aglomerando e tentando forçar a entrada no local. As portas de vidro se quebraram, seguranças tentaram impedir o tumulto, mas foi necessária a presença da Polícia Militar para conter a confusão.
A promoção se tornou alvo da Justiça. O desembargador do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás, Wilton Müller Salomão, exigiu o fim do desconto na tarde do mesmo dia em que a morte da mulher ocorreu. A primeira dama, Michelle Bolsonaro, comentou a publicação, parabenizando o açougue bolsonarista pelo patriotismo.