Imagem inédita de Maureen Bisilliat – acervo Projeto Xingu/ UNIFESP
Conheci em meus dias muitas mulheres fortes que dedicaram a vida aos povos indígenas. Desnecessário nomear, tantas. Na fotografia em glória do mundo e nele nossa existência de gente, cito Maureen Bisilliat e Claudia Andujar, tão calmas marias, mesmo sendo brasileiras estrangeiras. No momento elas trazem duas grandes exposições, em Fortaleza e São Paulo, comemorando seus maduros legados, pura ventania.
Maureen Bisilliat e Claudia Andujar conversam com Laura Capriglione, durante palestra de Carmen Junqueira, André Vilas Boas e Douglas Rodigues, no lançamento do Jornalistas Livres e pautas indígenas, abril de 2015.
Há uma tristeza por trás desse lindo momento, pois a delicadeza e primazia das obras indicam nossa imensa incapacidade de entender o direito exclusivo dos povos originários, em deter no tempo, entre nós que avançamos, a terra e vontade sobre elas. Não podemos acreditar em um Deus guerreiro que antecede nosso padrão ocidental, nosso modo doido de vida.
Talvez o Brasil seja o país que fez a grande revolução, muito antes da ocupação, nosso descobrimento e invento como nação.
Gostamos de carniça?
Agora querem tocar os isolados, querem entrar nas últimas terras, descobrir suas razões. Estranho tudo, essa corda tensa que se estende sobre a América do Sul, a constante conquista e cobiça dos territórios indígenas.
É tempo de fotografia, é o verão que avança e os podres poderes que persistem em novas posses. Nessa manhã, ao sol de domingo, coloco em meu primeiro artigo, nova constituição que se aproxima, que fica apenas proibido soltar um a mão de dois. A nova esquerda, bicho do mato, seguirá leve para não quebrar o galho fino.