Nestas eleições, desde que começaram as pesquisas de intenção de voto, a diferença entre aquilo que manifestavam as mulheres e, espcialmente, as mulheres negras e os homens chamou a atenção de analistas, da imprensa – e das próprias campanhas. No voto feminino, a desaprovação ao governo de Jair Bolsonaro e o repúdio à carestia dos alimentos, a condução desastrosa na saúde e educação e à violência apareciam de forma muito evidente.
São as mulheres, mães ou não, quase que as únicas responsáveis pelo cuidado da família, são as mulheres as que vão ao mercado, às filas dos postos de saúde com crianças ou idosos doentes e a lista poderia ser se prolongar, dada a quantidade de tarefas de sobrevivência que, em muitos casos, recaem sobretudo nas costas das mulheres. E, no caso de um país com racismo estrutural como o Brasil, no caso das mulheres negras a isso tudo se somam a discriminação, o preconceito e a violência do Estado que mata e encarcera.
E, ainda por cima, com o desmonte de políticas públicas e os retrocessos nos direitos representados por Jair Bolsonaro, tudo isso piorou e muito. Foi por isso que os Jornalistas Livres se juntaram ao cineasta Kiko Goifman produzri esse minidocumentário que tenta capturar respostas para a pergunta: “Afinal, o que quer uma mulher preta?”
Com participação especial da atriz Roberta Estrela d’Alva e da ativista por moradia e direitos humanos, Carmen Silva, Kiko montou essa um manifesto poético-militante pela vida e pela paz, por um presente mais digno e por um futuro de paz e amor.