Guilherme de Oliveira se formou em História pela PUC-Campinas em junho deste ano. Bolsista do ProUni, ele fez como trabalho de conclusão de curso uma análise sobre os guerreiros africanos em Angola no século XXI e a importância de novas perspectivas para o ensino de história africana em sala de aula. Em conversa com os Jornalistas Livres ele disse dedicar a conquista da formação universitária a avó, Maria Aparecida de Oliveira, sua ancestral que tornou tudo isso possível.
“Quando o Quilombo entrou na Academia Exigiram-lhe postura, boa fala e educação Fala baixo em sala de aula, porte-se direito
Prenda esse cabelo, aqui somos todos iguais.
Não me ensinaram sobre Zumbi Não nasci no Quilombo, me descobri Me tornei, me assumi, não ofusque as minhas diferenças de ti
Os degraus que eu subi foram mais altos Não me impunham a igualdade porque eu falo gingado Quero saber mais dos meus antepassados Nesse teu programa que eu não me vejo, não me encaixo, sou separado
Querido professor, quantos de mim lhe acompanharam no Doutorado? E quem foi que disse que os gregos foram os povos originários?
Me da licença, eu quero meu espaço E ai, então, não mais seremos incomodados, com livros escritos por brancos engomados Teóricos de tudo aquilo que nos foi roubado
Com o dedo na cara, lhes apresento novas perspectivas, e um tipo de justiça feito de olhares, não por papéis
É coisa de pele. Repare no IBGE. Não somos poucos. E VAMOS ESCURECER BEM MAIS!!!”