A Distribuição faz parte da Campanha #ComSaudeAlegriaSemCorona de apoio ao Baixo Amazonas contra a covid-19. Os materiais transportados de caminhão foram higienizados antes da entrega para garantir segurança dos indígenas;
Com número crescente de vítimas pela covid-19 na região do Baixo Amazonas, a preocupação com as comunidades isoladas é ainda maior. Manter os moradores nas próprias regiões é uma necessidade para evitar que o contágio se prolifere entre os comunitários. Na região de abrangência do Dsei Rio Tapajós há cinco casos confirmados, treze suspeitos e dois óbitos, segundo a Enfermeira especialista em saúde indígena e saúde coletiva, Coordenadora do Distrito Sanitário especial Indígena – DSEI, Cleidiane Carvalho: “É um momento de enfrentamento. Um momento árduo, onde o medo reina até por se tratar de uma luta onde não sabemos com quem de fato estamos lutando. Em meio ao caos nós percebemos o quanto as pessoas/instituições/ONGs ainda conseguem ajudar e o Saúde Alegria tem sido parceiro de outras épocas” – ressalta.
Pensando nisso, entre as ações emergenciais, está a distribuição de malhadeiras para que populações indígenas e ribeirinhas que se encontram no contexto de isolamento social possam realizar a pesca, conseguindo peixe para a alimentação. Cestas básicas e kits de higiene também integram as ações voltadas às populações tradicionais.
Nesta segunda (25) os kits de malhadeiras, higiene e alimentação foram entregues para as aldeias do polo base Itaituba considerando uma população de 1.210 pessoas: Praia do Índio, Praia do Mangue, Sawre Apompo KM 43, Sawre Muybu, Karo Muybu, Dace Watpu, Daje Kapap, Camarão, Escrivão, Pinhel, Poxo Muybu, Sawre Aboy.
“Numa parceria com o Dsei Rio Tapajós conseguimos entregar 150 kits de segurança alimentar e 150 de proteção familiar e higiene pra todo mundo poder manter as mãos limpas, a casa bem limpa pra se proteger do vírus. Nós fizemos também junto com a Alessandra Korap Munduruku uma articulação com a Associação Pariri. Lá nós conseguimos 22 malhadeiras e eles estão se organizando pra fazer pescas coletivas. Ou seja, são 22 aldeias que vão ter guerreiros e lideranças pescando pra toda comunidade, fazendo com que as pessoas não venham pra cidade” – explicou o coordenador de empreendedorismo do Saúde e alegria, Paulo Lima.
As ações de distribuição têm como foco os povos tradicionais indígenas e extrativistas de localidades rurais dos municípios de Santarém, Belterra, Aveiro e Itaituba, com atenção às famílias das zonas de maior vulnerabilidade das bacias do Arapiuns, Maró e Tapajós, incluindo também as aldeias Munduruku. A intenção é reduzir a necessidade de deslocamento para cidade e riscos de novas contaminações. A distribuição tem apoio do Instituto Arapyaú.
“Nós já fizemos as primeiras entregas de imediato. No contexto atual o fortalecimento das parcerias é fundamental para que nós possamos dar um pouco mais de conforto para as comunidades tradicionais. O momento atual exige somar forças ao enfrentamento do Covid-19 e desta forma garantir a informação, alimentação e o cuidado para com os povos indígenas” – acrescentou Carvalho.
Assista ao depoimento na íntegra aqui: