MST sofre dois ataques no final de semana: nazismo e perseguição política

Símbolos nazistas, incêndio e invasão policial irregular ameaçam as famílias de trabalhadores rurais
O Centro de Formação Paulo Freire, Assentamento Normandia ( PE), teve as paredes pichadas com o símbolo da suástica nazista e a palavra “Mito”.

Trabalhadores e trabalhadoras rurais ligados ao MST vêm sofrendo uma série de ataques desde o início da campanha eleitora. Neste final de semana prolongado (12, 13 e 14/11), ataques violentos aconteceram em dois estados diferentes, em Pernambuco e no Maranhão.

Em Pernambuco, o crime de ódio aconteceu no Centro de Formação Paulo Freire, localizado no Assentamento Normandia, que foi atacado por um grupo de extrema-direita. O Centro de Formação teve as paredes pichadas com o símbolo da suástica nazista e a palavra “Mito”. Também arrombaram e incendiaram a casa de moradia da coordenadora do espaço.

O Centro de Formação Paulo Freire, Assentamento Normandia ( PE), teve as paredes pichadas com o símbolo da suástica nazista e a palavra “Mito”. ( foto: MST)

Com o fogo, a militância que mantém o Centro conseguiu chegar a tempo e apagar o incêndio. A casa, entretanto, foi parcialmente queimada, principalmente as camas, telhados e os pertences.

Na madrugada do sábado (12) foram avistadas inicialmente quatro pessoas, com camisas amarelas, em uma festa de vaquejada no Parque de Vaquejada Milanny, localizado  na frente do Assentamento Normandia. Mais tarde, por volta das 3 horas da manhã, os bolsonaristas de extrema-direita invadiram o espaço do Centro e cometeram os atos criminosos.

Não é a primeira vez que o Centro de Formação Paulo Freire é atacado, em 2019, no primeiro ano do Governo de Bolsonaro, moveram uma ação de despejo contra o espaço que, felizmente, foi barrado por uma extensa rede de solidariedade vinda do Brasil e de outros lugares do mundo. Desde então, o processo ficou parado aguardando procedimento do INCRA que, em função da pandemia, ainda não foi realizado. O Movimento esperar que a situação possa se resolver de forma definitiva, tão logo o novo governo federal tome posse.

Violência  recorrente contra as famílias rurais

A violência é recorrente contra as famílias dos trabalhadores rurais e tem sido a marca nos últimos anos do Acampamento Marielle Franco, em Itinga, no interior do Maranhão. Também último sábado (12) ocorreram  mais ataques e invasão policial contra as famílias dos acampados.

Os relatos que chegaram via plantão técnico do Programa de Proteção, por meio de áudios e vídeos, demostram que a atuação da polícia militar foi ilegal, arbitrária e sem ordem judicial. Provando que mais uma vez, nessa área, houve  a violação de direitos humanos.

Os trabalhadores do Assentamento têm denunciado frequentemente a  empresa Viena Siderúrgica, responsável por inúmeras violências contra as mais de 150 famílias que vivem no local. A área está incluída no Programa de Proteção em virtude das ameaças constantes de despejo.

Pulverização de agrotóxicos, intimidação miliciana e tentativas de despejo já fazem parte do dia a dia das famílias. A disputa é na área grilada pela empresa Viena Siderúrgica que pertence à gleba pública. A empresa não mede esforços e de forma violenta e ameaçadora tenta expulsar as famílias do assentamento de 4 anos de existência no local.  A Siderúrgica  mantém seguranças armados no local  que aterrorizam as famílias de trabalhadores rurais por meio de ameaças constantes. Os milicianos da empresa siderúrgica fecham  barreiras de acesso à cidade em determinadas situações, além de manter vigilantes privados à paisana nos territórios de convivência da comunidade, retirando ferramentas de trabalho das mãos e até expulsando trabalhadores das roças.

A empresa chegou a pulverizar com agrotóxicos as plantações agroecológicas com o fim de envenenar e comprometer a produção agrícola do assentamento.

A Assentamento Marielle Franco tem uma produção diversa que vai de caju ao arroz orgânico. O território possui espaços coletivos organizados como associação, unidade escolar e igreja, além do reconhecimento histórico de realizar a primeira feira de produtos da reforma agrária do município de Itinga.

No processo judicial em andamento, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) já notificou à Justiça do município de Itinga que a área pertence à União, mas como o órgão não se colocou como parte no processo, a decisão ainda compete à justiça local.

COMENTÁRIOS

Uma resposta

  1. Trabalhador rural ??? Quem invade propriedade privada é vagabundo e tem que ser tratado como tal! Borracha nesses marionetes de terroristas

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