Novo ensino médio é um ataque direto à educação.
No último domingo(26), estudantes, professores e artistas realizaram um ato contra o novo ensino médio na cidade de Caieiras, região metropolitana de São Paulo.
O N.E.M vem desmontando a educação cada vez mais – com ele o estudante será proibido de aprender, e o professor de ensinar. O evento foi organizado pelo movimento social JEM (Juventude em movimento), grupo formado por jovens secundaristas da região, com apoio dos coletivos independentes Mangueio Filmes, Deliricamente e Prelúdio. Foi um dia de “Lutar com um sorriso no rosto”.
Em 2017 foi aprovado o projeto da reforma do ensino médio, e a partir de 2021 esse projeto vem sendo implementado como foco maior nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, apesar de ser um projeto nacional de educação. Isso resulta em uma reforma desforme que prejudica em escalas muito maiores os estudantes paulistas e cariocas, até porque o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) não acompanhou as mudanças educacionais e continua com seu sistema antigo de prova – exigindo do estudante conhecimentos gerais sobre todas as matérias que depois da reforma deixarão de ser obrigatórias. Na prática, funciona assim: Os famosos “Itinerários formativos” tomam o lugar de matérias como biologia, química, física, história, geografia, filosofia e sociologia, colocando no lugar delas matérias como: “Tópicos da cidadania”, “números também emponderam”, “Fisiologia do movimento” e por aí vai… Ou seja, na tentativa de aprofundar os conhecimentos dos estudantes o governo precarizou e simplificou as matérias tradicionais exigidas em vestibulares e provas de admissão profissional.
Foi contra todo esse desserviço à educação que a juventude de Caieiras se reuniu na praça Pró-Polo, no centro da cidade. Teve oficina de cartazes e faixas que traziam a cores vivas frases como: “O governo não pode dar educação, porque com educação a gente derruba eles”, “Itinerário não caí no ENEM” e “estão destruindo a educação”, logo depois foi organizado uma roda de conversa em que os jovens se sentaram no chão e falaram abertamente sobre o tema do ato – a influência disso nas comunidades mais pobres, a forma como os professores tem perdido sua liberdade de cátedra e direitos de trabalho, e como esse projeto ataca a classe trabalhadora de forma proposital. Um dos temas destacados trazia a reflexão acerca da dureza do mundo com os filhos da classe trabalhadora desde cedo, a sociedade vem pregando a muito tempo que o pobre já tem que ter seu projeto de vida em mente desde muito novo, e o ideal é que seja o mesmo seja colocado em prática logo depois do término da escola! A realidade é que esse é um processo de desumanização dos nossos adolescentes e jovens que mal têm tempo de descobrir o que é o mundo e quem é a pessoa que eles vêm no espelho, mas logo cedo deve saber o que querem fazer para o resto da vida, e é muito bom que ganhe dinheiro. Mesmo com o velho ensino médio a nossa juventude sai da escola com um vazio enorme sem saber para onde ir e o que fazer, e agora com o Novo Ensino Médio os adolescentes são postos aos 14 anos diante da situação de escolher sua área de conhecimento e se aprofunda na mesma perdendo o direito de conhecer as demais áreas e descobrir suas aptidões.
O ato contou também com a participação de componentes da UP (Unidade Popular) e Liberdade e Luta (esquerda marxista)
E ao final do ação , os coletivos de hip hop e arte independente atuantes na cidade de Caieiras trouxeram de volta aos secundaristas a força para continuar mesmo diante de tantos obstáculos. Com a beleza e resistência de sua dança, sua música e poesia, os jovens saíram da praça renovados e convencidos a continuar a luta e
“Lutar com um sorriso no rosto, porque toda vez que fazemos a luta de cabeça baixa, a galera do outro lado sabe que estão levando a melhor…”