Faleceu na tarde desta sexta-feira (5/11) a cantora e compositora Marília Mendonça, de 26 anos, em um acidente aéreo. Cinco pessoas estavam a bordo do avião que caiu em Minas Gerais. Ninguém sobreviveu. Faleceram também o produtor Henrique Ribeiro, o tio e assessor da cantora Abicieli Silveira Dias Filho, o piloto e o copiloto do avião.
“Com imenso pesar, confirmamos a morte da cantora Marília Mendonça, seu produtor Henrique Ribeiro, seu tio e assessor Abicieli Silveira Dias Filho, do piloto e copiloto do avião, os quais iremos preservar os nomes neste momento. O avião decolou de Goiânia com destino a Caratinga/MG, onde Marília teria uma apresentação esta noite”, informou a assessoria da cantora.
Marília começou a compor aos 12 anos para diversas duplas sertanejas e já nessa época emplacou sucessos no topo das paradas. 2014 foi um ano importante para o sertanejo brasileiro. A jovem de 19 anos, que cresceu em Goiânia, deixou de compor músicas que estouravam semanalmente nas rádios do Brasil e do mundo e também passou a cantar. Os jornais noticiavam que, mesmo tão jovem, Marília estava pronta pra ganhar o mundo.
E pra quem cresceu nas cidades em que o sertanejo sempre foi rotina nas rádios e nas ruas, Marília era referência. Depois de décadas em que homens dominavam os palcos e cantavam sobre traição, agressões e escancaravam seu machismo, Marília surgiu como uma esperança.
Em entrevista à apresentadora Tata Werneck, a cantora disse que começou a escrever porque não queria escutar e cantar letras que ela não se identificasse, já que se sentia pessoalmente ofendida com alguns compositores.
“Pra uma música fazer sucesso é preciso contar a realidade do povo, porque se aconteceu comigo, se aconteceu com a minha mãe, se aconteceu com a minha tia, vai acontecer com outra pessoa no mundo também”, declarou.
“Maquininha”, como era chamada pelos amigos por compor músicas muito rápido, é responsável por alguns dos maiores sucessos do Brasil. Foram e são cantados por duplas e cantores reverenciados pelo público, entre eles
João Neto & Frederico; Márcia Fellipe; Jorge & Mateus; Matheus & Kauan; Henrique & Juliano; Cristiano Araújo (que faleceu em um acidente de carro); Cleber e Cauan; Marcos e Fernando; Israel e Rodolfo; César Menotti e Fabiano; Ciro Netto; Paulo Victor e Gabriel; Lucas Lucco; Matheus & Kauan; Zé Neto e Cristiano. Todos intérpretes de letras escritas pela cantora e compositora.
“A gente escuta o repertório do artista, vê o que estava faltando, e escreve em cima disso”, dizia Marília, cujas letras sobre desilusão amorosa, término de relacionamentos, de superação e com viés feminista e de valorização da mulher faziam parte de seu repertório.
Com Marília, outros nomes femininos do sertanejo se fortaleceram e se consolidaram no mundo musical atual como Maiara e Maraísa, Nayara Azevedo, Paula Matos, Simone e Simária.
Marília, você é e sempre será a rainha da sofrência, mas nunca fez o Brasil sofrer tanto quanto hoje. Perder você é um baque generalizado, uma perda pessoal para amigos, parentes e fãs, e uma perda para o mundo da música e das artes.
Uma resposta
Que Deus a tenha em um bom lugar, pois pra quem tem fé como ela mostrava ter, a vida nunca tem fim.