A missão Dart chegou ao seu clímax na última segunda-feira. À uma velocidade de 22 mil km por hora, uma espaçonave de 330 milhões de dólares, lançada pela NASA em conjunto com a SpaceX, se chocou com o asteroide Dimorphos. Com 160 metros de diâmetro, o corpo está localizado à uma distância de cerca de 11 milhões de km da Terra. O foguete partiu da Terra no último dia 10 de novembro, com o objetivo de colidir com o Dimorphos na tentativa de mudar sua trajetória.
DART é uma sigla para “Double Asteroid Redirect Mission”, que em português significa “Teste de Redirecionamento de Asteroides Duplos”. A missão faz parte de um programa de defesa planetário da NASA, o CNEO (Center of Near Earth Object) que observa corpos celestes na órbita do sol e desenvolve tecnologias de defesa para possíveis casos futuros de colisão desses objetos com a Terra. Embora o Dimorphos não seja um perigo real ao nosso planeta, a missão Dart é um importante passo para a coleta de dados e um teste real de estratégias de defesa em um caso real de colisão.
“Em sua essência, a Dart representa um sucesso sem precedentes para a defesa planetária, mas também é uma missão de unidade com um benefício real para toda a humanidade”, comentou Bill Nelson, administrador da NASA em um comunicado oficial.
A nave lançada contava com um Falcon 9, foguete da spaceX, a câmera Draco (Didymos Reconnaissance and Asteroid Camera for Optical Navigation), que também foi destruída na operação, e um satélite italiano, o LICIACube, que se separou 15 dias antes do impacto. O satélite servirá para monitorar de perto as consequências do choque entre o asteroide e a nave.
O Dimorphos segue uma órbita ao redor do Didymos, um segundo asteroide bem maior que seu irmão, tendo 780 metros de diâmetro. Os dois corpos juntos, formam um sistema binário que orbita ao redor do Sol. Apesar da Dart ser 10 milhões de vezes mais leve que seu alvo, os cientistas apostam que a colisão entre os dois será suficiente para aproximar a mini lua do seu astro central Didymos, encurtando sua órbita de forma significativa.
É estimado que apenas 40% dos asteroides próximos à Terra foram descobertos. Segundo o NEO, cerca de 30 mil corpos celestes circulam no espaço próximo ao nosso planeta, sendo 30% com diâmetro acima de 140 metros. Entretanto, mesmo com essa quantidade enorme de possíveis colisores, não há previsão de choques com a terra pelo menos pelos próximos 100 anos