A liderança indígena Guarani-Kaiowá, Vitorino Sanches, de 60 anos foi executado com cinco tiros, na tarde dessa terça-feira (13), na cidade de Amambai no Mato Grosso do Sul. Vitorino já tinha sido algo de ataques em 1º de agosto, quando o seu carro foi alvejado com mais de 10 tiros. Essa região do Mato Grosso do Sul vive clima de tensão, por conta da invasão de terras ancestrais Guarani-Kaiowá por fazendeiros.
Vitorino chegou a ser encaminhado para o Hospital Municipal de Amambai, mas não resistiu aos vários disparos que o atingiram. Em junho deste ano outro indígena da população Guarani-Kaiowá foi morto pela polícia, durante uma ação indígena de retomada de terra. O chamado território de Guapoy é uma terra ancestral que pertence aos povos originários, mas foi retirada deles quando parte da reserva de Amambai, a segunda maior do estado com quase 10 mil indígenas, foi diminuída.
O caso do assassinato e Vitorino foi novamente encaminhado à polícia, que desde o primeiro atentado investiga se os casos tem relação com outras mortes de indígenas na região ou com as eleições indígenas que ocorreram recentemente.
A população Guarani-Kaiowá está sendo dizimada em conflitos por terra. De acordo com o Conselho Indigenista Missionário, que atua na região em defesa dos povos originários, o estado do Mato Grosso do Sul foi o segundo maior em números de assassinatos de indígenas no Brasil em 2021.
O Tribunal Permanente dos Povos em Defesa dos Territórios do Cerrado condenou, em julho deste ano, o estado do Mato Grosso do Sul, a Polícia Militar e empresas da região pelo genocídio da etnia Guarani-Kaiowá e pelo ecocídio do próprio Cerrado. O tribunal de atuação internacional no seu parecer em que o estado e a polícia são aliados de grileiros e de invasores de terras, favorecendo a exploração do agronegócio no Cerrado, que é o bioma mais ameaçado do país.
Uma resposta