Kafka no Brasil, por Dirce Waltrick do Amarante

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Por Dirce Waltrick do Amarante*

 

Quando certa manhã Gregor Souza acordou de sonhos intranquilos, encontrou seus parentes metamorfoseados em fascistas monstruosos.

Não era sonho.

O olhar de Gregor dirigiu-se então para a janela – ouviam-se pessoas pedindo AI-5, abertura do comércio em plena pandemia e intervenção militar – o tempo turvo deixou-o inteiramente melancólico.

“E daí?”

Voltou para a cama, afundou a cabeça no travesseiro e das suas narinas fluiu fraco o último fôlego.

 

*no último fôlego.

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