Jornalista é demitida a pedido de deputado bolsonarista

Jornalista de rede afiliada a Record é demitida a pedido de deputado bolsonarista. A emissora também proibiu o uso de roupas vermelhas.
Jornalista demitida foto: reprodução
Jornalista demitida foto: reprodução

A jornalista Carol Romanini foi demitida, nesta terça (13), do Grupo RIC, rede afiliada da TV Record no Paraná, após pressões do deputado bolsonarista, Filipe Barros (PL). Segundo a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), o deputado tem forte influência sobre a linha editorial da emissora e teria relacionado a jornalista às agressões que ele e sua equipe de campanha sofreram no último sábado(10), para justificar a demissão da Carol.

Em nota, a FENAJ afirma que o dono do Grupo RIC no Paraná, Leonardo Petrelli Neto, é ativo na campanha a reeleição do presidente Bolsonaro e que tem histórico de assédio nas eleições. Na segunda-feira (12), um dia antes da demissão de Carol, um comunicado enviado no grupo do WhatsApp, orientou os repórteres da empresa que aparecem em programas na televisão a não usarem as cores vermelho e bordô. Nas mensagens fica subentendido que a determinação tem a intenção de não vincular a emissora às cores de campanha do ex-presidente Lula.

A proibição de usar roupas avermelhadas levantou suspeitas de que a jornalista teria sido demitida por motivações políticas. Em nota, a RIC TV afirma que a motivação da demissão foi estratégica, para readequar a grade do horário do almoço. “A rescisão do contrato da apresentadora nada tem a ver com eleição. Ela era da área do entretenimento. Ontem, inclusive, a apresentadora da Hora da Venenosa de Curitiba, a Cecilia Comel, estava de rosa e vermelho. Mas tem relação com a reestruturação do horário do almoço em todas as emissoras  da RICtv (são 4: Curitiba, Oeste, Londrina e Maringá). Em Londrina, particularmente, o programa vinha tendo baixa performance de audiência e de faturamento, o que acabou antecipando as mudanças”.

O caso está sendo investigado pelo Sindicato dos Jornalistas do Norte do Paraná e pelo Ministério Público do Paraná. Tudo indica perseguição politica. De acordo com a denúncia, a jornalista faria parte de um grupo que teria se envolvido em uma polêmica com o deputado bolsonarista Filipe Barros.

No último sábado (10), Filipe Barros e sua equipe supostamente foram atacados pela torcida organizada Falange Azul, do Londrina Esporte Clube, enquanto realizavam distribuição de folhetos de campanha. O deputado teria pedido afastamento da jornalista que, de acordo com a FENAJ, cometeu o “crime” de estar próxima à confusão.

Em nota, a Falange Azul declarou que “desde sábado iniciou a identificação dos torcedores envolvidos – sejam eles sócios ou não – na confusão antes do último jogo, iniciada após uma agressão da equipe de um deputado contra uma torcedora que recusou um santinho. A Falange volta ressaltar estar em contato e à disposição das autoridades para colaborar com os desdobramentos do caso, pois não compactua com a violência ou desinformação.”.

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