Exemplar da revista O Cruzeiro, presente na mostra do Museu Afro Brasil – Kanato Yawalapiti encontra o Marechal Rondon, que já doente, recebe um grupo de representantes xinguanos pela primeira vez, que vieram ao Rio de Janeiro trazidos por Orlando Villas Boas.
Num país profundo, fusão de culturas diversas, nação fundida sobre chão de tantos povos, onde o poder inculto desmerece os povos originários, abre-se o horizonte dos acervos em exposição cunhada por Emanoel Araújo. Arte enigmática e profícua dos povos indígenas do Brasil, arte sublime.
Emanoel Araujo, curador da exposição, recebe o público estupefato.
A metrópole, há 466 anos continua sendo do índio, carrega entre asfalto seus povos da floresta. Desautoriza qualquer ironia de incautos sobre a humanidade do índio, que transcende.
Katú Mirim durante rap no Museu Afro Brasil.
Katú Mirim, a rapper, denuncia que “mataram mais de 1000 parentes lá no Mato Grosso, absurdo é ter que lutar por demarcação, e os ratos chamam isso de grande revolução.”
E vamos descolonizar porque a mensagem é urgente.
O acervo exposto, com assessoria antropológica e etnológica de Adelino Mendez, encanta e surpreende a cidade, a metrópole antes ocupada por infindas aldeias.
No aniversário da cidade, tão viva, resiste o olhar sensível, aqueles que não consentem indecências e afirmam um solo comum para todos.
Heranças de um Brasil profundo Abertura: 25/01/2020, 11h Visitação: até 26/07/2020; MuseuAfroBrasil: Av. Pedro Álvares Cabral, s/n, Parque Ibirapuera – Portão 10, São Paulo. Ingressos: R$6; R$3 (meia)